O ex-ditador chileno Augusto Pinochet foi interrogado nesta segunda-feira pela terceira vez em uma semana. Desta vez ele foi ouvido pelo juiz Víctor Montiglio, que investiga sua responsabilidade nos crimes atribuídos à "Operação Colombo".

Pinochet, que no dia 25 de novembro completará 90 anos, respondeu por quase três horas às perguntas do magistrado em sua elegante residência do bairro La Dehesa, no leste de Santiago.

Os interrogatórios continuarão nesta terça-feira, quando Montiglio irá novamente à residência de Pinochet. Depois, o magistrado estará em condições de definir a situação do ex-ditador, que poderá ou não ser condenado à prisão domiciliar.

O juiz Carlos Cerda, que investiga a origem da fortuna de quase US$ 27 milhões que o ex-ditador mantinha oculta no Riggs Bank de Washington e em bancos dos Estados Unidos e outros países, em contas secretas, interrogou Pinochet duas vezes na semana passada; também poderá decretar nos próximos dias sua detenção, pelas acusações de evasão tributária e fraude ao Fisco.

Nesse julgamento, a mulher de Pinochet, Lucía Hiriart, e o seu filho caçula, Marco Antonio Pinochet, assim como sua secretária, estão submetidos a um processo por cumplicidade em evasão tributária.

Caso seja processado por qualquer um dos dois crimes, Pinochet ficará preso em sua residência pela segunda vez neste ano, assim como ocorreu em janeiro, quando permaneceu nove dias recluso em sua casa de praia de Los Boldos.

Nessa ocasião o ex-ditador foi processado como autor dos crimes atribuídos à "Operação Condor" da década de 70. No entanto, o caso foi arquivado em setembro após um veredicto da Suprema Corte, que considerou que uma demência moderada diagnosticada em Pinochet o impedia de se defender nos tribunais.

Os peritos designados pelo juiz Montiglio determinaram agora que esta mesma demência moderada não o impede de enfrentar um processo judicial.