Depois da chuva de críticas sofrida pela candidata socialista Ségolène Royal, o principal candidato conservador à presidência da França, Nicolas Sarkozy, vive dias cada vez mais difíceis e é alvo de ataques da imprensa.

"Eu me sinto ferido por esses ataques infames", diz o político nesta quarta-feira. A afirmação foi feita horas depois da revista Le Canard Enchainé ter publicado que ele teria se beneficiado, em 1997, de um substancial desconto na hora de comprar um apartamento.

Segundo a publicação, Sarkozy e sua esposa, Cecilia, se beneficiaram de uma redução de "pelo menos 300 mil euros” quando compraram e reformaram um imóvel em Neuilly sur Seine, uma cidade burguesa na periferia de Paris, da qual o político era prefeito na época.

O apartamento foi vendido em 2006 e, segundo Le Canard Enchainé, o casal obteve um lucro de 122% na transação. Sarkozy afirmou que não processará a revista, apesar de acusá-la de manter o debate eleitoral num nível baixo.

O candidato, que tem uma leve vantagem nas pesquisas em relação a Royal, assegurou que as acusações da revista eram "injuriosas" e considerou o comportamento da imprensa "detestável". A própria Royal se negou a comentar as informações e se limitou a dizer que "os políticos devem ser honestos e dar o exemplo".