Política Titulo Opinião política
Justiça arquiva ação de Lula contra padre

Durante missa no interior de São Paulo, religioso afirmou que petista é ‘maior ladrão do mundo’

Por Heitor Mazzoco
Do Diário do Grande ABC
10/08/2022 | 08:11
Compartilhar notícia
Reprodução/Redes Sociais


A Justiça de Laranjal Paulista, no Interior de São Paulo, arquivou uma ação movida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o padre Edison Bovo, que chamou o petista de “maior ladrão do mundo” durante uma missa. Ele disse ainda que o ex-presidente “comprou” o STF (Supremo Tribunal Federal).

Lula havia entrado com “notificação para explicações” exigindo que o religioso explicasse as afirmações. A defesa de Bovo, no entanto, disse que o padre não deve satisfações ao ex-presidente.

“Quem deve prestar contas à população são integrantes do funcionalismo público, tal como o requerente (Lula) deveria prestar a respeito de fatos pretéritos que possuem um cariz imoral”, citaram os defensores do padre na ação.

LAVA JATO

O ex-presidente Lula – que tenta voltar ao Palácio do Planalto na disputa eleitoral deste ano – foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em três instâncias. O embate na Lava Jato ocorreu entre 2017 e 2021, período em que o petista recebeu a sentença condenatória e teve recursos rejeitados no caso que ficou conhecido como triplex em Guarujá.

Em 2021, no entanto, Lula foi beneficiado por uma decisão monocrática do ministro do STF Edson Fachin e teve as sentenças anuladas. À época, Fachin entendeu que as ações deveriam tramitar em Brasília e não em Curitiba (falta de competência de foro). Posteriormente, o plenário do Supremo seguiu o mesmo entendimento de Fachin.

Em 2018, Lula foi preso e passou mais de 500 dias na Carceragem da PF (Polícia Federal) da capital paranaense, o que o impediu de disputar a eleição daquele ano. Em 2019, o STF mudou o entendimento de prisões, o que libertou o petista. Até então, o réu deveria começar a cumprir a pena depois de condenação em segunda instância. Agora, o entendimento é de que o réu deve ter o processo transitado em julgado para começo do cumprimento da sentença.

Entre idas e vindas, as ações contra Lula voltaram para 1ª instância e foram arquivadas por prescrição. Na ação contra o padre Bovo, advogados de Lula citaram que o ex-presidente foi “absolvido”, o que não é verdade.

A defesa do padre explicou que Lula não foi absolvido. “Por maior que seja a boa vontade da qual todas as almas são merecedoras, forçoso é reconhecer que em verdade, muito embora não se possa falar em condenação criminal vigente contra o senhor ex-presidente da República não é possível reconhecê-lo como ‘absolvido’ quando, em verdade, notícias dão conta da perda do direito do Estado de punir por força do advento da prescrição”, afirmaram os advogados do padre do interior paulista. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;