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Secretários de Mauá descumprem ordem
Por Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
08/07/2006 | 08:23
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Pelo menos três secretários de Mauá não apoiarão a vereadora Vanessa Damo (PV), filha do prefeito Leonel Damo (PV), que concorre a uma vaga na Assembléia Legislativa: Angela Donatiello Lopes, da Pasta de Educação, Sérgio Walendy, de Planejamento, e Sidnei Polisel, de Esportes. Juntos, eles detêm co-responsabilidade pela indicação de 60 funcionários a cargos de confiança, que deverão ser pressionados nos próximos dias por porta-vozes do chefe do Executivo ou pelo próprio Damo, em busca de apoio à ‘candidata oficial do governo‘. Alguns já foram chamados para reuniões reservadas. Há comentários que o grupo possa ser ‘convidado‘ a deixar a Prefeitura.

O mesmo motivo impede os três secretários de apoiar Vanessa: família. Angela é mulher do vereador Manoel Lopes (PFL) – comprometido com a reeleição do deputado estadual Rodrigo Garcia (PFL) – e deve seguir o marido. Com a família e o partido também deverá ficar o titular de Planejamento, casado com a vice-prefeita Leni Walendy (PSDB), que fará dobradinha com o líder de governo na Câmara, Carlos Polisel (PSDB), que sai a deputado estadual. O vereador tucano, responsável por indicar o irmão Sidnei para a Pasta de Esportes, contará com o voto dele.

Nos próximos dias, os três secretários e seus comissionados devem ser procurados por por mensageiros de Leonel Damo, que reforçarão a ordem do prefeito de que a “única candidatura à qual o governo é simpático é a de Vanessa”. Segundo um integrante da administração, haverá reuniões com todas as secretarias no início da semana.

Pressão amiga – Observadores da política de Mauá crêem que a cobrança a Damo partirá dos próprios aliados do prefeito. Uma fação governista considera injustiça contra eles o fato de outra ala comissionada na administração – Angela, Walendy e Polisel – não se envolver na campanha de Vanessa. Um integrante do governo diz: “Não é justo a gente carregar piano e quem faz menos ter o mesmo espaço”.

Já os apoiadores de Leonel Damo avaliam que a votação da filha do prefeito tem valor simbólico – mais que a disputa por uma cadeira na Assembléia – como termômetro da popularidade do próprio chefe do Executivo. “O que está em jogo é a força política do nome Damo em Mauá”, acredita o vereador Átila Jacomussi (sem partido), um dos que cobra abertamente apoio de todos os comissionados à candidatura do governo. “O Leonel tem de convocar todas as brigadas políticas dele. Quem está estabilizado na administração tem de apoiar”, cobra.

Vereadores – Manoel Lopes e Carlos Polisel assumem abertamente que não apoiarão a filha do prefeito. Apesar disso, nenhum dos dois vereadores tomará a iniciativa. Deixarão que o governo venha a eles e exporão seus argumentos. A aliados, aparentam confiança. “Ele tem a caneta, mas eu tenho os votos. Se a demissão vier, será política”, teriam afirmado, segundo fontes.




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