O vice-prefeito e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT), marca território na briga para novamente compor chapa com o prefeito, Oswaldo Dias (PT), na eleição de outubro. Claramente incomodado com a mudança de postura do chefe do Executivo, que passou a declarar abertamente a possibilidade de abrir a chapa a aliados, especialmente a Irmão Ozelito (PTB), o atual detentor do posto parte para o confronto.

"A opinião do Oswaldo vale um voto", contabiliza Paulo Eugenio, em referência ao encontro de 480 delegados petistas, que decidirão os rumos do partido para o pleito no dia 27 ou 3.

O vice-prefeito recorre a fato histórico para mostrar força no processo interno. "Em 2004 o Oswaldo (encerrando seu segundo mandato à frente do Paço) quis o Zé Luiz (Cassimiro) como vice do Márcio Chaves (candidato a prefeito naquele ano), mas a vaga ficou com o Hélcio (Silva, atual secretário de Obras)", lembra.

À ocasião, a indicação de Hélcio foi apoiada por Paulo Eugenio - a chapa foi cassada pela Justiça em virtude da exposição Túnel do Tempo, mostra organizada pela Prefeitura durante a campanha que colocou Márcio Chaves em evidência, caracterizando o uso da máquina em favor da candidatura petista.

Para impedir a abertura da chapa, Paulo Eugenio promete inflamar a militância do PT, e se apega a reportagem do Diário publicada segunda-feira. "Ver que o PT está sem fôlego para manter chapa pura, como o veiculado, irrita e desafia a militância."

Ainda sobre a análise, identifica que abertura da chapa, se por um lado contempla partido aliado, por outro pode deflagrar racha na legenda. "O melhor apoio que o PT pode ter para a eleição é o PT unido e forte. Por isso defendo chapa pura." O diretório do PT de Mauá é o terceiro maior do Estado, com 12 mil filiados, atrás somente da Capital e de Guarulhos.

EM PÉ DE GUERRA

Principal articulador de Ozelito, Chiquinho do Zaíra (PTdoB) descarta, com ironia, a chance de o petebista ser vice de Oswaldo. "O vice do PT é o meu amigo Paulo Eugenio", alerta. "E ele, embora seja meu amigo, não manda nada no PT", rebateu o petista, no mesmo tom, ao desafeto.