Economia Titulo
Consumidor quer incrementar casa
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
04/11/2006 | 19:57
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O Natal que se aproxima já foi qualificado com a temível definição de “das lembrancinhas”. A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) avisou aos varejistas que o consumidor brasileiro, endividado, não tem espaço no bolso para bens duráveis nesse fim de ano. E, na maioria dos setores, os poucos consumidores estão dispostos a pagar cada vez menos, como aponta um estudo do Provar (Programa de Administração de Varejo) da Fundação Instituto de Administração da USP.

Mas um setor se destaca como exceção à regra: o de materiais de construção. De acordo com o Provar, entre a intenção de gastos que o consumidor apontava no último trimestre de 2005 e a do mesmo período de 2006, houve um aumento de 28,25%.

Esse crescimento o aponta que o consumidor está disposto a pagar em média R$ 2.750,65 nos últimos três meses do ano, um valor R$ 605,91 maior do que o do mesmo período do ano passado (R$ 2.144,74). E a pretensão de gasto para o ano não é nada desprezível, de acordo com levantamento feito pelo Diário. Com R$ 2.750, é possível reformar um banheiro médio (veja quadro abaixo). Com esse valor também é possível comprar 183,6 litros de tinta Suvinil e cobrir uma área de 152,52 m² de azulejos.

Não é novidade que os consumidores aguardem até o fim do ano para gastar com materiais de construção. “As pessoas esperam para fazer as reformas no final do ano, para ter uma casa arrumada no Natal e Ano-Novo. Além de terem o maior embasamento financeiro, que é o recurso do 13º salário”, explica o diretor de Marketing da Dicico, Carlos Roberto Corazzin.

Não significa, porém, que mais pessoas vão comprar materiais de construção. Pelo contrário, 6,2% dos entrevistados pelo Provar disseram ter intenção de gastar com esse setor, uma queda de 38% em relação ao último trimestre de 2005. Mas esses poucos que vão comprar pretendem gastar mais do que o final do ano passado.

Ranking – Na classificação das principais empresas de construção que vão receber essa bolada, os entrevistados pelo Provar apontam como preferência a C&C e a Center Líder, empatadas em primeiro lugar com 16,1% das menções. Dicico vem em terceiro, com 12,9%, seguidos por Telhanorte, com 6,5%.

Mas não estar no topo não é problema para a Dicico, que tem uma loja, no Golden Shopping, em São Bernardo. Corazzin, afirma que este é um ótimo ano para a rede. “Com certeza, os números de consumo no último trimestre vão confirmar o ano muito bom que a gente está tendo”, conta. “Entre as medidas do governo de reduzir a carga tributária e os incentivos à construção civil, 2006 é um ótimo ano. Tudo isso cria uma espiral bastante positiva”, diz.

Exemplo disso é a Dicico. “A nossa rede neste ano teve crescimento de 50%. De 12 lojas no final de 2005 foi para 18 lojas em 2006. E ano que vem a gente continua nessa batida”, diz. Tudo isso vai contribuir para a expectativa da empresa de fechar o faturamento de 2006 na ordem dos R$ 400 milhões.



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