A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou nesta terça-feira que abriu uma investigação para esclarecer as circunstâncias nas quais o dirigente turco-cipriota Mehmet Ali Talat foi convidado a entregar o troféu ao vencedor do GP de Turquia de Fórmula 1, no domingo em Istambul.

O governo cipriota mostrou imediatamente sua indignação em ver o dirigente da RTCN (República Turca do Chipre do Norte), reconhecida apenas pela Turquia, entregar o prêmio ao brasileiro Felipe Massa, diante de milhões de telespectadores. "A neutralidade política é fundamental na FIA", explicou a organização em um comunicado no qual classificou de "inaceitável" qualquer violação desse princípio. Os resultados desta investigação serão transferidos para o Conselho Mundial de Automobilismo da FIA.

No domingo, o porta-voz do governo do Chipre, Christodoulos Pashardes, classificou esse gesto como "cenário para promover o dirigente turco-cipriota como presidente de um Estado independente". "Talat não é cidadão nem um representante da Turquia, o país organizador, para ser convidado a entregar o troféu", acrescentou.

O Chipre está dividido desde 1974, data em que a Turquia invadiu o norte da ilha após um golpe de Estado promovido por nacionalistas greco-cipriotas apoiados por Atenas, com o objetivo de anexar o país à Grécia. A RTCN foi proclamada em 1983, mas não foi reconhecida pela comunidade internacional.