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Após 6 meses, mauaense guarda primeiros reais
Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
06/05/2012 | 06:29
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Orlando Filho/DGABC


Levantamento feito pela Quorum Brasil, empresa especializada em pesquisa de mercado, no fim do ano passado com 300 mulheres, mostra que 73% das que ganham entre R$ 900 e R$ 1.500 não conseguem investir nada da renda mensal. A moradora de Mauá Vanderlúcia Silva Carvalho, 29 anos, está prestes a deixar essa estatística. Ela economizou seus primeiros reais no mês passado, quando abriu caderneta de poupança e conseguiu depositar R$ 60. "Em um certo momento da vida parece que tudo vai dar errado. Depois, as coisas vão se encaixando", contou Vanderlúcia.

A assistente de programação conseguiu fazer a lição de casa, que era poupar, pelo menos, R$ 50 no mês. É a primeira vez que sobra algo do salário de Vanderlúcia, desde janeiro, quando ela foi selecionada pela equipe do Diário para receber assessoria financeira do educador Reinaldo Domingos.

Mas o caminho até agora não foi fácil. Mudar os hábitos de consumo e abdicar de alguns mimos têm de fazer parte da rotina. "Estes dias, ao sair do trabalho, fui ao shopping onde tinha uma promoção do Dia das Mães para arrumar o cabelo de graça, eu aproveitei , mas saí de lá sem gastar nada", comemorou Vanderlúcia.

Domingos conta que está é uma prova do amadurecimento da moradora de Mauá em relação às suas finanças pessoais. "Agora ela tem o controle consciente dos gastos, poupar não é mais doloroso", explicou.

RECOMEDAÇÃO - A partir de junho, o salário dela será reajustado em função do acordo coletivo da sua categoria. O valor ainda não foi determinado. "Ela deve direcionar 70% (do acréscimo) para as reservas que vão ajudar na realização de sonhos e o restante para melhorar o padrão de vida", orientou Domingos.

A preocupação de Vanderlúcia no momento é com as férias. Ela tem receio de não saber administrar o dinheiro, que chega adiantado na conta-corrente do trabalhador. "No ano passado gastei com a compra de um computador e depois não tinha dinheiro para nada", comentou.

O educador financeiro recomenda que ela separe prioritariamente o dinheiro para pagar os gastos fixos do mês. "Mas 50% do bônus das férias podem ser direcionados para realizar um desejo e o restante para a formação de reserva", sugeriu Domingos.

METAS - Além de continuar poupando uma quantia todo mês, Vanderlúcia ainda precisa completar outras lições de casa. "É preciso que ela converse com a família e coloque no papel novamente os sonhos e os desejos dela e do filho Pedro. Isto porque não basta apenas guardar o dinheiro, é preciso ter sonhos atrelados ao dinheiro guardado", disse Domingos.

O especialista lembra ainda que é importante ter pelo menos três objetivos com prazos diferentes: até um ano, até dez anos e acima de dez anos. É essencial saber quanto custa cada objetivo para, então, identificar o valor que será poupado por mês e em quanto tempo será possível alcançá-lo.

Além disso, recomendou que ela procurasse o programa Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). As inscrições podem ser feitas a qualquer momento pelo site sisfiesportal.mec.gov.br. No dia 3 de junho acompanhe mais um capítulo da história de Vanderlúcia. A assistente de programação ainda tem dívida com o cartão de crédito no valor próximo a R$ 1.700.




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