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Pacientes reclamam de estrutura precária no Hospital Piraporinha

Macas espalhadas pelos corredores, ausência de itens de higiene e demora para realização de exames estão entre os problemas citados

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
05/10/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Os moradores de Diadema reclamam da infraestrutura precária do Hospital Municipal da cidade, no bairro Piraporinha. No local, pacientes aguardam atendimento em macas espalhadas pelos corredores da unidade, principalmente no setor de emergências e sofrem com a ausência de itens de higiene, como papel higiênico e sabonete nos leitos de internação. Ainda há relatos sobre dificuldades em conseguir exames e consultas.

Um dos pacientes prejudicados é o desempregado Ivan de Souza Magalhães, 43 anos, que permaneceu internado na unidade por três dias na última semana. Ivan possui angina – dores no peito causadas pela redução do fluxo sanguíneo no coração – e passou mal. “Desde que fui internado, a médica que me acompanhou me informou que só poderia agendar o exame de ecocardiograma para cinco dias depois. Ela é uma médica de fora, que só vai ao hospital para realizar este exame específico.”

Morador da cidade há 40 anos, Magalhães revela ter se impressionado com o “estado de abandono” da unidade de saúde municipal. “Precisei ficar um tempo no setor de emergência e presenciei muitas pessoas em macas pelos corredores. Além disso, não tem copo descartável, papel higiênico e sabonete para quem fica internado”, revela.

A equipe do Diário esteve na unidade na manhã de ontem e ouviu relatos de outros pacientes e familiares, como é o caso da vendedora Gilmara da Silva, 40. Ela acompanha a mãe, que está internada no Hospital Piraporinha há cerca de um mês. “Acabei de conversar com o diretor do hospital. Minha mãe tem um tumor no útero e há um mês não sabemos se é maligno ou benigno. Nós entendemos sobre a situação do hospital, sabemos o quanto de gente vem para cá, mas esperamos que eles nos entendam também. Espero que depois da conversa as coisas comecem a melhorar”, ressalta.

O auxiliar de limpeza Raimundo Conceição de Souza, 43, observa que a estrutura da unidade também deixa a desejar. “Minha mulher quebrou o colo do fêmur em abril deste ano e ficou 12 dias internada aqui, sendo que por sete dias ela ficou numa maca no corredor. Só depois conseguiu vaga em outro hospital para realizar a cirurgia. A gente consegue ver janela quebrada, elevadores em condições ruins e falta de manutenção também”, comenta.

Questionada sobre os problemas citados, a Prefeitura de Diadema informou, por meio de nota, que o hospital possui 160 leitos distribuídos em clínica geral e que “sua capacidade instalada pode apresentar-se insuficiente em picos de demanda por atendimento, já que o serviço é considerado porta aberta (o atendimento é feito a qualquer pessoa que chega ao serviço) e referência para vítimas de acidentes de trânsito do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) e Rodoanel”.  




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