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Polícia recomenda vistoria em aquecedores de edifício onde família Utima morreu

Inquérito, que aguarda laudo sobre causa da morte, será concluído sem indicar responsáveis

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
17/07/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A Polícia Civil recomendou ao síndico do Edifício Móbile, na Vila Bastos, em Santo André, onde a família Utima foi encontrada morta no domingo, que seja realizada reunião com todos os moradores para contratação de empresa e/ou profissional que realize vistoria nos sistemas de aquecimento dos apartamentos. Os quatro integrantes da família morreram, provavelmente, devido à inalação de CO (monóxido de carbono) emitido pelo aquecedor a gás da residência, que estava com as janelas fechadas. O sistema estava sem a tubulação de exaustão, que é obrigatória.

O caso está sendo investigado pelo 1º DP (Centro) de Santo André e o inquérito deve ser concluído em cerca de 30 dias, quando ficam prontos os laudos atestando a causa das mortes. Preliminarmente, já há a indicação de que a intoxicação por CO, que causa a perda de consciência rapidamente, seja a motivação dos óbitos. 

“Já temos essa informação, mas não ainda de forma oficial. Já ouvimos o síndico, a parente que encontrou os corpos. Tudo indica que não houve crime, que é isso que a investigação faz”, explicou o delegado titular do 1º DP, José Rosa Incerpi. “Não nos parece, também, que será possível falar em responsáveis, foi um acidente, uma fatalidade”, concluiu.

Roberto Yasuhide Utima, 46 anos, Katia Rumi Sasaki Utima, 47, e os filhos Barbara, 14, e Enzo, 3, chegaram, na sexta-feira, de viagem feita à Disney, nos Estados Unidos. Os corpos foram encontrados por uma parente, que veio ao apartamento entregar o cachorro da família. As malas de viagem sequer haviam sido desfeitas e o estado de decomposição sugeria que os óbitos ocorreram entre sexta-feira e sábado. O pai, o garoto de 3 anos e a adolescente estavam no quarto e a mãe no banheiro. O sistema de aquecimento a gás do apartamento estava sem a chaminé que leva para o ambiente externo os gases resultando da queima do gás.

O síndico do edifício, Edson Ferrari, já prestou depoimento, mas ainda precisa esclarecer alguns pontos, como há quanto tempo o sistema de aquecimento estava sem a chaminé. Informações preliminares davam conta que a tubulação não estava instalada há pelo menos dez anos, no entanto, o síndico teria declarado posteriormente que houve queda recente da chaminé. “Ele não soube precisar, pode ser há um mês, há dois anos ou três. Vamos pedir documentos, atas de reunião, para esclarecer esse ponto”, explicou o delegado Roberto Von Haydin Junior, responsável pelo caso. 

Os policiais esclareceram que a responsabilidade pela manutenção dos sistemas de aquecimento é de cada condômino. O Diário procurou, novamente, o síndico Edson Ferrari, que não retornou aos contatos até o fechamento desta edição.




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