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Enade reprova três em cada dez cursos ofertados na região

Ao todo, 45 graduações de instituições de Ensino Superior avaliadas no ano passado pelo MEC receberam notas consideradas insatisfatórias

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
13/10/2018 | 07:00
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Marcos Santos/ USP imagens / Creative Commons


 Três em cada dez cursos oferecidos por instituições de Ensino Superior do Grande ABC obtiveram desempenho insatisfatório no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) 2017. Ao todo, 45 graduações avaliadas na região receberam notas 1 e 2 em escala que vai até 5, sendo considerados adequados índices a partir de 3. O número representa 31% das 142 carreiras analisadas.

Esses cursos, conforme previsto em diretrizes do MEC (Ministério da Educação), passarão a partir de agora por supervisão técnica e poderão sofrer sanções caso não apresentem tendência de melhora nos próximos meses. As instituições podem, inclusive, ser impedidas de participar de programas como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e ProUni (Universidade para Todos).

Entre os cursos considerados deficientes, de acordo com o resultado da avaliação, nove obtiveram nota 1. São eles: Sistemas da Informação, da Fama (Faculdade de Mauá); História (licenciatura) e Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação, ambos da Faculdade de Ribeirão Pires; Engenharia, da Faculdade São Bernardo de Tecnologia; Engenharia, sob responsabilidade da Metodista; Sistema da Informação, Engenharia Civil e Engenharia Mecânica, da Anhanguera Santo André; e, por fim, a graduação de Engenharia Mecânica da Anhanguera de São Bernardo.

Outras 36 carreiras também precisam melhorar seus indicadores, tendo em vista que obtiveram desempenho 2 no Enade. O índice leva em conta a média das notas de estudantes – ao fim dos cursos de graduação – para avaliar conhecimentos, competências e habilidades desenvolvidas ao longo da graduação.

Segundo o MEC, 7.100 universitários de instituições de Ensino Superior do Grande ABC participaram da avaliação no ano passado.

Segundo o Ministério da Educação, mais do que avaliar a qualidade do sistema das universidades, o Enade possibilita às instituições “uma reflexão do desempenho de cada um de seus cursos de graduação à luz de seus projetos pedagógicos”.

 

OUTRO LADO

Procuradas para comentar o desempenho abaixo do ideal no Enade 2017, as instituições de Ensino Superior ponderaram o resultado da avaliação.

Por meio de nota, a Anhanguera destacou que o índice da prova “não reflete a solidez do trabalho educacional, já que avalia apenas o momento do estudante durante o exame, sem contemplar a evolução do aluno e outros quesitos importantes, como a infraestrutura e o corpo docente”.

A Faculdade de Ribeirão Pires observou que os dois cursos da unidade com índices insatisfatório não possuíam estudantes concluintes no ano de realização do Enade. “A prova foi realizada por alunos que apenas cumpriam disciplinas em regime de dependência, fato este que comprometeu o resultado do exame.”

A mesma justificativa foi utilizada pela Faculdade São Bernardo de Tecnologia, que afirmou que o resultado obtido no conceito do Enade é reflexo dos alunos inscritos em regime de dependência.

A Fama afirma que “vem trabalhando fortemente na formação de novas turmas, para que a instituição tenha alunos concluintes em ano de Enade”. A instituição disse ainda que o curso de Sistemas da Informação não possuía alunos concluintes no ano de realização do Enade, fato que comprometeu o resultado.

As demais instituições que tiveram carreiras com conceito 1 e 2 não retornaram aos contatos do Diário até o fechamento desta edição.

 

Apenas 13 carreiras têm conceito máximo

 

Os dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) 2017 mostram que apenas 13 carreiras oferecidas por instituições de Ensino Superior do Grande ABC alcançaram o conceito máximo da avaliação, ou seja, nota 5.

No topo do ranking educacional aparecem cursos oferecidos por quatro instituições: UFABC (Universidade Federal do Grande ABC), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que tem unidade em Diadema, FEI (Fundação Educacional Inaciana) e Instituto Mauá de Tecnologia.

Como de costume, a UFABC concentra o maior volume de cursos com nota 5. Ao todo, nove carreiras tiveram conceito máximo no ano passado. Na sequência aparecem o Instituto Mauá (duas graduações), e FEI e Unifesp, com um curso cada.

O conceito Enade vai de 1 a 5, sendo as notas 1 e 2 consideradas insatisfatórias. O índice leva em conta a média das notas dos cursos de graduação e pós-graduação de instituições de ensino. Os resultados servem como orientadores das avaliações locais do ciclo de formação e são, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), importantes instrumentos de avaliação da Educação Superior brasileira.

Segundo o exame do MEC, 31 cursos receberam conceito 4, enquanto 49 tiveram nota 3. Outras quatro carreiras não foram avaliadas por alta evasão de estudantes durante a aplicação das provas.




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