O presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse nesta segunda-feira que setores importantes do partido não foram contemplados com cargos no primeiro escalão do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao site da legenda, ele afirmou que alguns petistas estão irritados.

“Como nós buscamos um equilíbrio no relacionamento interno, o ideal é que nós possamos fazer isso em conjunto com o governo, evidentemente dentro do que se poderia chamar de cota do PT”, assinalou Berzoini, deixando claro que a reivindicação da sigla por mais espaço no governo federal é natural.

O líder petista declarou ainda que o Planalto não conseguiu encontrar a melhor maneira para atender estes protestos petistas. Ele falou que espera que o governo tenha “sensibilidade” e resolva este problema.

Na entrevista, o presidente do PT também falou sobre a demora da composição do segundo escalão do governo. “Obviamente, a demora gera ansiedades. Não só no PMDB, mas em todos os partidos, inclusive no PT. Então o ideal é que possamos concluir no espaço mais breve possível, até porque tem uma questão política e outra administrativa. A ausência de definição leva muitos setores do governo a terem um ritmo inferior ao desejado”.

Reunião – De acordo com Berzoini, o tema fim da reeleição não foi prioritário no encontro do Diretório Nacional do partido, que aconteceu neste fim de semana. Mas ele lembrou que o assunto divide a própria legenda.

“Acredito que a imensa maioria dos petistas é contra a reeleição, mas há muita gente a favor. E ambas são posições respeitáveis. Esse não é um tema que nos separe ideologicamente. É uma visão só sobre como organizar a estrutura diretiva do Estado. Portanto, não tem nada de profundo no debate sobre a reeleição”, ressaltou.

Segundo o presidente petista, esta discussão não deve ser pautada por problemas de outros partidos. “Se aprovar o fim da reeleição beneficia mais A ou B, isso não é razão para nós nos pautarmos por isso. Obviamente há quem acredite que há uma tática do PSDB em torno disso. Eu, pessoalmente, não levo isso muito a sério, até porque o PSDB tem suas divisões internas a respeito do tema”, assinalou.  

CPI – Na entrevista, o líder do PT também falou sobre a possibilidade de serem criadas duas CPIS (Comissões Parlamentares de Inquérito) para investigar o Apagão Aéreo no Congresso Nacional.

“Eu pessoalmente acho que o melhor instrumento para esse caso específico não é a CPI, mas caso ela venha a ocorrer, tem que ser tratada com o máximo de responsabilidade”.