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Sorrir e sonhar

Motivado a mudar o futuro, jovem da Fundação Casa pode ser novo doutor da alegria

Por Caroline Manchini/Especial para o Diário
07/05/2018 | 07:23
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Claudinei Plaza/DGABC


Por trás do sorriso e do jeito brincalhão de Augusto (nome fictício), 17 anos, existe uma história de sofrimento e superação. O garoto, que cresceu sem referência familiar – sua mãe, moradora de rua, e o pai, na maior parte do tempo, ausente – seguiu, por influência dos únicos amigos com quem convivia, caminhos errados. Após ser detido por policiais, em fevereiro de 2017, participando de roubo, ele foi encaminhado para a Fundação Casa de Diadema, mesma cidade em que morava com a avó de 80 anos.

O que parecia, na época, ser pesadelo, foi chave principal para a realização de um sonho. Ainda cumprindo medida socioeducativa de internação, o adolescente teve oportunidade de conhecer, por meio de algumas oficinas, o mundo da música, canto, dança e teatro e, durante as aulas, descobriu grande talento: fazer as pessoas sorrirem. Antes disso, havia feito cursos de balé e teatro em sua comunidade.

Percebendo o potencial de Augusto, a equipe de apoio que o acompanhava inscreveu o jovem no processo seletivo do curso profissionalizante do Doutores da Alegria, organização sem fins lucrativos que, com a palhaçaria, leva diversão a crianças, adolescentes ou qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade e risco social.

Apesar de aceitar a ideia, o garoto confessa que, no início, não acreditou que fosse possível conseguir. “Aquilo era demais para mim, mas quando surgiu a oportunidade não hesitei em abraçá-la. Era o momento de mostrar meu diferencial e, talvez, conquistar um futuro melhor.”

Foram quatro dias intensos de testes e entrevistas e, para a felicidade de todos, ele passou em quase todas as etapas. Agora espera apenas visita de uma assistente social que avaliará o cenário em que o garoto está inserido. Aprovado nesta última fase do projeto, poderá iniciar sua especialização. “Entrar no Doutores da Alegria é uma grande oportunidade e a realização de um sonho para mim”, afirma o jovem, que permaneceu, por nove meses, internado na Fundação Casa de Diadema e hoje cumpre medida de semiliberdade em São Bernardo.

O que se espera é que, assim como Augusto, outros jovens sejam influenciados a sair do mundo do crime, como esclarece a agente educacional Regina Tanzi. “O jovem chega na Fundação sentindo-se incapaz e o nosso trabalho é direcioná-lo pelos melhores caminhos, mostrando que ele pode encontrar um trabalho e construir futuro promissor. Nós o motivamos a querer sempre mais”, encerra.  




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