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Roubos mudam rotina de moradores da divisa

Bairros do 2º Subdistrito, em Santo André, sofrem com alta de até 67,39% nas ocorrências

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
07/12/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Moradores do bairro Camilópolis, no 2º Subdistrito de Santo André, área de divisa com a Zona Leste, sofrem com a falta de Segurança pública. Os índices da criminalidade na área chegaram a aumentar até 67,39%, no caso do roubo de veículos, em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2015.

Conforme números disponibilizados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), os dados relacionados ao 2º DP (Camilópolis), que também inclui bairros como Utinga e Santa Terezinha, mostram aumento nos roubos (13%), furtos gerais (10%) e furtos de veículos (46,38%).

De janeiro a outubro deste ano, foram 1.522 roubos (alta de 8,33% em relação ao ano passado), 1.028 furtos (8,67%), 602 roubos de veículos (2,73%) e 796 furtos de veículos (24,96%).

Desde que a intérprete de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) Paula Sierra, 38 anos, quase foi roubada em agosto, ela decidiu se mudar. Enquanto ainda mora no bairro, ela recorre ao grupo de WhatsApp feito pelos vizinhos. “Um rapaz de moto pediu informação por volta de 18h e anunciou o assalto. Eu não estava com o celular e ele não levou nada. Desde então prefiro usar Uber ao invés do ônibus e também peço para alguém do grupo ficar olhando quando volto para casa”, disse.

“Na sexta-feira, presenciei assalto no cruzamento da Rua Sedan com a Rua Lima. Dois caras de moto roubaram o celular de três meninas no ponto de ônibus e vieram na minha direção. Parei um ônibus que vinha descendo a rua e escapei por pouco”, relatou a analista de faturamento Juliana Vieira, 32, que, desde o incidente, não usa o transporte público.

Cansada da situação, a assistente de contabilidade Caroline Maia, 30, está organizando abaixo-assinado. Ela deixou os documentos para recolher as assinaturas em cinco pontos do bairro, entre eles o Supermercado Matriz e a Padaria Nova Camilópolis, por 30 dias. “Depois de também levar para Santa Terezinha, vamos protocolar na Câmara e também levar até a Secretaria de Segurança Pública. Precisamos de uma solução para esse problema. Já tive um grande retorno e a população está revoltada com a situação”, disse.

Questionada sobre o assunto, a Polícia Militar afirmou que, há dois meses, a demanda foi apresentada na reunião de Conseg (Conselho de Segurança) da área. Cientes do problema, o comandante da 1ª Companhia da PM e o delegado responsável pelo local foram até os bairros citados. “Conversaram com vários moradores e comerciantes e, após levantamento de inteligência e planejamento, foram promovidas algumas operações e ações impactantes. Além disso, o comandante da companhia solicitou o redirecionamento da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho) para a região em dias e horários em que ocorriam mais delitos, bem como requereu o reforço das viaturas da Força Tática”, afirmou em nota, onde garantiu que as ações de policiamento também serão intensificadas na região.

Conforme o delegado titular do 2º DP, José Itamar Martins da Silva, o aumento de ocorrências nesse período é comum por conta da alta da movimentação do comércio. “Por conta do recebimento do 13º salário, os roubos costumam aumentar. Porém, se considerarmos os dados de junho até meados de novembro já registramos baixa nos índices. De qualquer forma, estamos fazendo operações na área.” 




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