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Clínica atende de graça mulheres com câncer
Leonardo Santos
Especial para o Diário
17/10/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Apesar de curável, o câncer de mama é a doença que mais mata mulheres no Brasil, sendo o segundo tipo mais comum, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer). Em parceira com a ONG Viva Melhor, grupo andreense que auxilia na reabilitação emocional, física e estética de mulheres diagnosticadas com o mal, a clínica de fisioterapia da Anhanguera de Santo André atende, gratuitamente, pacientes que passam pelo problema. Desde fevereiro, pelo menos 60 pacientes que se submeteram à cirurgia de retirada de mama foram atendidas.

A supervisora de Saúde da Mulher da clínica de fisioterapia, Fábia Alegrance, destaca que o tratamento é essencial. “As pacientes que fazem cirurgia de redução de mama começam a criar dificuldade de movimentação, principalmente no braço, e a fisioterapia vai recuperando os movimentos aos poucos”, salienta. “Além de normalizar suas vidas, também tratamos de cicatrizes e efeitos da quimioterapia e radioterapia”, completa.

Além da fisioterapia, outro fator trabalhado, tanto com funcionários quanto com as pacientes, é a questão da autoestima. “Temos espelhos nas salas de atendimento, onde as mulheres se olham nuas para se aceitarem e para sentir seu corpo. Autoestima é essencial para continuar um tratamento que mexe com o psicológico”, observa a profissional.

Para Patrícia Santiago, professora e coordenadora do curso de Fisioterapia da instituição de ensino, os alunos são treinados para realizar atendimento humanizado. “Estamos preparando os estudantes na área e o aprendizado vai além da prática. Trabalhar com pacientes com câncer é delicado, e eles (estudantes) criam sensibilidade e se envolvem com as pacientes. Isso é muito importante”, destaca.

Voluntária do grupo Viva Melhor, Francisca Tesser Parra teve de retirar a mama esquerda e hoje sabe o quanto é importante apoiar e incentivar as mulheres a se amarem. “Foi muito difícil. Me sinto no dever de confortar essas mulheres e de mostrar que não é o fim. Estou aqui, aos 67 anos, viva”, comemora.

Após remover tumor na mama, Maria Aparecida de Lima, 52, adquiriu fibrose. “Eu chorava o dia inteiro de dor. Um dia, meu médico me encaminhou para a fisioterapia. Foi a melhor coisa que me aconteceu”, conta a dona de casa, que faz tratamento desde março. “Além de amenizar a dor, meu equilíbrio melhorou. É importante que outras mulheres conheçam esse serviço gratuito.”

Rosalina da Silva Correia, 60, também precisou retirar a mama por completo e faz tratamento no campus da Anhanguera desde abril. “Eu consigo me movimentar melhor e passei a conhecer mais o meu corpo. Isso sem falar do tratamento e do atendimento dos alunos, que mostram que serão excelentes profissionais futuramente”, avalia.

Interessadas em participar do programa precisam de prescrição médica para fisioterapia e realizar uma triagem no local. As mulheres podem entrar em contato pelo telefone 4458-5051. Os atendimentos acontecem todas as quartas e sextas-feiras, das 8h às 12h, na clínica da Anhanguera, situada na Avenida Pedro Américo, 850, bairro Homero Thon.




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