Setecidades Titulo Trânsito
Morador da região sofre com péssimas condições de placas de sinalização
Daniel Tossato
Do Diário OnLine
23/10/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


As placas de trânsito são as sinalizações com que o motorista e o pedestre mais devem se importar. É através delas que parte do tráfego diário é ordenada, seguindo as normas de trânsito vigentes.

A equipe do Diário percorreu as cidades do Grande ABC e encontrou vários problemas na sinalização de trânsito. Placas desgastadas, amassadas e sujas, o que dificulta o entendimento de seu conteúdo, podendo resultar em acidentes graves.

Para especialista, o poder público tem obrigação de manter toda identificação de trânsito limpa e clara. Qualquer problema ou acidente que a falta deste cuidado causar, o mesmo poder público será responsabilizado.

Entre os sete municípios, apenas Santo André e Mauá deram uma previsão mais concreta do custo para manter as sinalizações. As prefeituras de São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento da reportagem.

Deparando-se com as más condições, questionamos as prefeituras para saber como cada administração cuida da identificação de trânsito. Em Santo André, existe um contrato anual, no valor R$ 1,338 milhão, para a manutenção da sinalização vertical de trânsito, como placas, postes e placas de orientação. Porém, a equipe do Diário encontrou peças danificadas durante o percurso que fez por algumas vias principais do município.

Na Avenida Prestes Maia, na cidade, uma das principais saídas para quem segue para a Capital, há uma sinalização importante que está ao contrário, escondendo todo seu conteúdo para quem tenta lê-lo. Aparentemente, após alguma colisão, a placa se inverteu e ali ficou. A indicação, que remete para o retorno ao Centro de Santo André, aponta o caminho para a Avenida Príncipe de Gales, assim como em que direção fica a Vila Gilda. Como a placa está numa via movimentada, é preciso que o motorista redobre a atenção.

Em Diadema a situação foi preocupante. Muitas indicações estão desgastadas, amassadas e sujas. Algumas até demonstram terem sido alvos de criminosos, já que foram perfuradas por tiros. A situação na cidade é tão alarmante que até a placa de "boas-vindas", para quem entra no município pelo corredor ABD está descascando.

Os problemas na cidade não param por aí. Adentificações importantes que ficam em vias principais estão ilegíveis. Algumas, aparentemente, estão quebradas há um bom tempo, o que dificulta muito a compreensão de motoristas e pedestres, prejudicando, consequentemente, a fluidez do trânsito.

Há ainda o problema com as placas que identificam nomes de ruas, como o caso da Rua Alemanha, onde um dos moradores informou que não consegue receber suas cartas, já que o nome da via está com a leitura prejudicada.

Em nota, a Prefeitura de Diadema informou que não há um orçamento fixo reservado para o programa de manutenção, já que este trabalho é uma atividade cotidiana das equipes de Engenharia.

Mauá também tem inúmeros problemas com suas placas de trânsito. Numa passagem pela Avenida Presidente Castelo Branco, partindo do Centro para a periferia da cidade, não foi difícil encontrar os mais diversos problemas.

A placa indicativa do estacionamento das viaturas oficiais, que fazem parte do 4º DP (Delegacia de Polícia), além de apresentar a pintura desgastada, está de ponta-cabeça. Mas ainda podemos observar placas descascadas, rabiscadas e pichadas, sendo que algumas destas sinalizações estão irreconhecíveis, o que pode dificultar o tráfego.

A Administração de Mauá informou que destina ao conserto, limpeza e manutenção de placas cerca de R$ 130 mil por ano.

Das cidades visitadas, São Caetano se mostrou como uma das que mais cuida das placas e identificação vertical, voltadas ao trânsito. Não foram encontradas situações que coloquem o motorista em estado de preocupação. Por outro lado, a Administração não informou os valores envolvidos para a manutenção da sinalização, comunicou apenas que 90% dos problemas são atribuídos ao vandalismo e, que desta forma mantém um projeto permanente para a restauração.

Em São Bernardo, a parte que compete à cidade do Corredor ABD, há placas de indicação de limite de velocidade que estão muito desgastadas, podendo enganar o motorista.

Também há problemas na identificação dos nomes de ruas, como é o caso da José Pessoni, no Rudge Ramos, na Rua Uberaba e na Avenida Senador Vergueiro, uma das principais da cidade. Na Avenida Caminho do Mar, uma placa importante voltada para os caminhoneiros está amassada e inclinada, podendo dificultar o fluxo na região.

SAÍDAS PARAS MELHORIA

Ainda que algumas prefeituras demonstrem não conseguir manter a identificação de trânsito em ordem, o que mais contribui para a má conservação da sinalização vertical ainda é o vandalismo e, segundo o professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) e mestre em Transportes, Creso de Franco Peixoto, esse problema só irá reduzir quando houver, além de conscientização, uma fiscalização ostensiva.

“É preciso que o poder público entenda qual é a importância da sinalização de trânsito. Só assim ela será tratada corretamente.”

O professor ainda lembra que há placas, que quando danificadas, oferecem maior risco para o motorista, podendo até causar acidentes graves. “O conteúdo da peça deve ser legível e não pode ter dupla interpretação, deve também ser breve e com identificação que seja reconhecida há uma distância segura”, explicou.

Segundo Peixoto, é preciso uma campanha de informação para que todos os que utilizam a sinalização entendam que o objetivo das placas é a de melhorar e ordenar o tráfego, evitando acidentes e confusão. “A administração pública é inteiramente responsável pelo cuidado da sinalização vertical. Ela é obrigada trocar e fazer a manutenção das placas o quanto antes, caso contrário, estará contribuindo para que acidentes possam acontecer e nesse caso ela (a prefeitura) se tornará responsável pelos danos causados”, concluiu.




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