O CD a princípio ameaçou a existência do vinil e das fitas cassete nos anos 90, e a chegada do DVD poderia representar a mesma ameaça às fitas VHS. Mas o crescente aumento da venda de aparelhos de leitura digital – foram 3,2 milhões em 2001 – ainda não tirou todo o espaço do VHS. Por isso, a Disney, em parceria com a Editora Abril, coloca suas fitas de animação à venda em bancas de jornal.

São mais de 10 mil pontos de venda em todo o Brasil, a maior parte deles próximos de escolas e shopping centers. A fita é vendida por R$ 24,90 e encartada numa embalagem que inclui uma revista com atividades para as crianças.

O primeiro filme lançado nesta nova estratégia é o clássico A Bela e a Fera, que teve o original de 1992 reeditado numa edição especial lançada este ano. Os minutos a mais trazem a seqüência musical com a canção Humano Outra Vez. Como as festas de fim de ano estão próximas, a Disney também lançará O Natal Encantado de A Bela e a Fera, em VHS, nas bancas. Ambos títulos também saem em DVD, mas só podem ser adquiridos em lojas especializadas.

O DVD de A Bela e a Fera conta com dois discos – um deles todo dedicado a extras e o outro com as edições de 1992 e 2002 –, permanecerá no mercado só até março de 2003.

Segundo pesquisa encomendada pela Disney, ainda existem atualmente, no Brasil, 21,5 milhões de videocassetes. Muitos passaram do local privilegiado da casa para o quarto das crianças.

A mudança tem fundamento. Além de operarem o aparelho com facilidade, são os pequenos os principais consumidores de filmes de animação, lembrando que os desenhos estão entre os longa-metragens mais lucrativos do cinema.

Ainda segundo a pesquisa, crianças entre 4 e 8 anos assistem o mesmo filme, em média, 20 vezes. “O preço acessível e o fato de o VHS ser uma boa opção de presente para datas comemorativas, como o Natal, mantém esta tecnologia em alta”, afirma Eduardo Rosemback, diretor de marketing da Disney no Brasil.