A um mês das convenções que definirão os candidatos a enfrentarem as urnas nas eleições de outubro, a maioria das chapas majoritárias do Grande ABC segue indefinida. O segredo acerca do nome dos vices, ao que tudo indica, será guardado até os últimos minutos, uma tática comum para ampliar o arco de alianças, garante a cientista política da Universidade de Brasília Ana Maria Shiavinato.

Segundo a especialista, a estratégia de anunciar o vice às vésperas das convenções tem dois objetivos: evitar que a oposição faça melhor oferta para levar o nome e garantir coligações. "Pode ser a tática do ‘não roube meu vice', mas também é para manter um cargo negociável. Oferecer a vaga de vice é uma boa alternativa para conquistar a aliança."

Na análise da cientista, poucos partidos arriscam o lançamento antes do pleito por uma questão simples: a caça aos votos. "O anúncio próximo da convenção é para ter a possibilidade de aumentar o leque de coligações, assim, a vaga de vice tem um valor enorme."

O cenário indefinido, assegura Ana Maria, é comum em todos os municípios. "Não há mais o sistema das eleições da década de 1960, quando era permitido votar no candidato ao cargo principal e no vice. Hoje, o eleitor vota na chapa, uma regra que possibilita uniões espúrias", critica.

Alianças legítimas ou não, o que importa aos candidatos à sucessão das sete cidades da região, naturalmente, é vencer o pleito. Para isso, seguem à risca a tática de guardar o nome do vice à sete-chaves.

Em Santo André, dos cinco prefeituráveis, apenas o DEM anunciou o vice. Os três principais postulantes à Prefeitura São-bernardense (PT, PPS e PSDB) revelarão as chapas somente nas convenções.

O xadrez político em São Caetano também adiou a definição das composições do PTB e Psol, o PT escolheu o PPS. Em Diadema, o candidato petista terá o PSC como companheiro de chapa, já a composição tucana é uma incógnita. Em Mauá, PT e PSDB sairão com chapa pura. O PSB ainda não definiu o vice.

RIBEIRÃO PIRES
O único que definiu o vice é Luiz Carlos Grecco (PP), que terá ao seu lado o próprio filho, Anderson Grecco, presidente municipal do PP. O atual prefeito Clóvis Volpi (PV) busca a reeleição, mas o vice não está definido. Mário Nunes (PT) e Valdírio Prisco (PSDB) também não revelaram os nomes dos companheiros de chapa.

RIO GRANDE
O prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB), que disputará a reeleição em outubro, manterá a chapa com a vice-prefeita Helenice Arruda (PTB). O PT municipal ainda não definiu nem mesmo o nome do prefeiturável. (Colaboraram Beto Silva e Sérgio Vieira)