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Câmaras ficam vazias durante recesso

No período de férias parlamentares, rotina dos legislativos da região fica mais monótona

Por Cynthia Tavares
Especial para o Diário
23/07/2011 | 07:00
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Corredores vazios e silêncio. Esse é o panorama das Câmaras do Grande ABC neste período de recesso parlamentar. Apesar do discurso ser de que as férias são somente das sessões legislativas, o movimento pelas Casas de leis está abaixo da normalidade, segundo constatou a equipe do Diário, que percorreu as sete Câmaras da região na quinta e sexta-feira.

Em todas as cidades era raro ver munícipes esperando atendimento nos gabinetes. As andanças pelos corredores eram, em suma, de assessores e de alguns vereadores, que geralmente estão no local no período da tarde. "Terça-feira é o dia de mais movimento, pois muita gente acha que ainda estamos em sessão e vem em busca de atendimento. A demanda caiu cerca de 50%", contou Natã Garcia, assessor do vereador de São Caetano, Maurílio Pompilho (PV).

Em Rio Grande da Serra não havia munícipe para ser atendido. Apesar disso, a vereadora Marilza Aparecida de Oliveira Silva (PSDB) declarou que o atendimento continua semelhante ao do período legislativo - cerca de 20 por dia. "Atendimento se mantém igual, pois estamos de recesso, mas não de férias", declarou a tucana. A situação era parecida na cidade vizinha, Ribeirão Pires. Havia muitos assessores, porém poucos munícipes.

Segundo o vereador de Santo André Ailton Lima (PDT) em razão de a maioria da população não saber do recesso a estrutura do gabinete funciona regularmente. "Não sentimos diferença no movimento, não diminui, e nos procuram para resolver demanda."

Contudo, a máxima não parece ser essa em todas as cidades. Em Diadema, somente o vereador José Edmilson Pereira da Cruz, o Pastor Edmilson (PRB), estava em seu gabinete no momento da visita do Diário. As assessorias dos outros parlamentares afirmaram que eles já haviam passado pelo local. "Para o vereador trabalhar, ele não precisa estar necessariamente no gabinete. Muitas vezes, ele está em uma comunidade ou num bairro", defendeu Edmilson.

O vereador de São Bernardo Miranda da Fé (PPS) ressaltou que o recesso é importante, pois há mais tempo disponível para elaboração de proposituras. "Temos mais tempo para nos dedicar aos projetos e apresentar na volta do recesso. Somente nesse mês, eu fiz três novas matérias", analisou. Os parlamentares Ivanildo Santana (PSB), Juarez Tudo Azul (PSDB), Hiroyuki Minami (PSDB), Ary de Oliveira (PSB), Sérgio Demarchi (PSB), Antonio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete (PT) e Tião Mateus (PT) também estavam em seus respectivos gabinetes.

Por lei, o vereador tem direito a ter duas férias por ano. No mês de julho são 30 dias de recesso - com exceção de Diadema que paralisa por 15 dias -, logo após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. No fim do ano, são dois meses longe do plenário. Após aprovar o Orçamento municipal, os parlamentares já têm direito de férias garantido na legislação.

 

Atendimento das demandas fica para depois de agosto

Apesar do pouco movimento, as demandas da população não sofrem grandes mudanças. Entretanto, as solicitações mais comuns só poderão ser resolvidas depois de agosto, quando os vereadores retornam ao trabalho.

Segundo o Diário constatou, as principais reivindicações são poda de árvores e recapeamento asfáltico. Para resolver essas questões é preciso elaborar indicação ao prefeito e o texto precisa ser aprovado em plenário para depois seguir ao Executivo. "Atendemos bastante reclamação por telefone. São coisas mais simples, como retirada de caçambas e manutenção de vias", afirmou Simone Duclos, assessora do vereador de São Bernardo Tunico Vieira (PMDB).

Também em São Bernardo, o petista Tião Mateus ressaltou que, nesta época do ano, por se tratar de férias escolares, há solicitação por vaga em creche. "Temos trabalho grande junto à educação. Diversas pessoas querem mudar o filho de escola", disse. Pedidos de xerox e elaboração de currículo também são requisições recorrentes.




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