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Munícipe de Mauá morre de Covid-19 em espera por vaga em UTI

Mulher de 47 anos estava internada na UPA Barão de Mauá e não conseguiu ser transferida

Do Diário do Grande ABC
24/05/2020 | 19:46
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Nario Barbosa/DGABC


Uma mulher morreu, na madrugada de ontem, em Mauá, vítima da Covid-19. Ela tinha 47 anos e estava internada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Barão de Mauá, no Jardim Maringá, aguardando transferência para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade, mas não havia disponibilidade. Este é o segundo caso em uma semana de pacientes que perderam a vida à espera de vaga em leito emergência. No dia 17, a vítima também foi uma mulher, 66.

No caso de ontem, a vítima, identificada como Regineia Pereira de Castro Ferreira, estava internada na UPA Barão desde quarta-feira. Sofria de diabete e acreditava estar com pneumonia até ser informada de seu novo quadro clínico no local, uma vez que apresentava dificuldades respiratórias e foi diagnosticada com o novo coronavírus pela equipe.
Em gravação de conversa que teve com familiares da doente para explicar a situação no sábado, o médico responsável pelo atendimento afirma que ela era a “paciente mais grave” que estava na unidade de saúde. A avaliação era de que o comprometimento dos pulmões ultrapassava 50%, sendo que o alerta de sérias complicações de respiração ocorrem a partir de taxa de 20%. Houve conversa para que a vítima iniciasse o uso da hidroxicloroquina. A mauaense assinou a autorização e iniciou o acréscimo do remédio ao lado de outros pacientes que já tomavam a substância.

Pela situação grave, o médico, que não teve o nome revelado, pediu vaga de UTI para a paciente e estava no aguardo de resposta. O responsável explica que avisou a chefe geral da UPA Barão de Mauá sobre o complicado caso da mulher. Ela teria respondido que estava em contato com a secretaria de Saúde da cidade para tentar transferência da paciente para o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, na Vila Bocaina, mas o pedido foi negado, alegando falta de vagas nas UTIs do local. Com a negativa, o hospital teria iniciado processo na Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), responsável por buscar ajuda em outros centros de atendimento no Estado, incluindo em cidades vizinhas no Grande ABC. Mas não deu tempo e a paciente acabou falecendo.

Em nota, a Prefeitura de Mauá lamentou a morte da munícipe. “Lamentamos e nos solidarizamos à família nesse momento difícil. Informamos que a paciente recebeu toda a assistência possível na UPA”, diz o texto.
 



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