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PT antecipa eleições internas e favorece manutenção de forças

Antes marcado para abril, pleito no petismo acontecerá em abril e limita movimento da oposição após desastre político no Grande ABC

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/11/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


O diretório nacional do PT aprovou mudanças no PED (Processo de Eleição Direta) e uma delas favoreceu a manutenção das atuais forças políticas no petismo regional, apesar do desastre eleitoral no Grande ABC, onde nenhum petista foi eleito para comandar uma Prefeitura. A direção confirmou a antecipação do pleito interno para abril, o que, na prática, inviabiliza estruturação de chapas de oposição.

Pelo estatuto do petismo, tem direito a voto apenas o militante com pelo menos um ano de ficha cadastrada. Havia, em alguns diretórios, movimento de novas filiações com objetivo de rivalizar com atuais potências regionais, visando o PED inicialmente marcado para novembro. Agora, para troca de comando, grupos de oposição terão de convencer militantes pertencentes a blocos que estão à frente dos diretórios.

As mudanças no PED aprovadas ontem – por 52 votos a 27 – alteraram a forma de disputa dos diretórios estaduais e nacional do partido. A primeira etapa envolverá o voto direto para presidentes municipais do petismo e também para delegados, que vão escolher quem dirigirá a legenda em âmbito estadual. Outros delegados terão a missão de eleger o mandatário nacional.

No Grande ABC, a troca favoreceu os grupos majoritários em Santo André, São Bernardo e Mauá, onde a sigla tem prefeitos até 31 de dezembro.

Em solo andreense, o favorito para o PED municipal é o ex-secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos Carlos Sanches, o Carlão. Braço direito do prefeito Carlos Grana, deve ser alçado ao comando do diretório para pavimentar projetos eleitorais de Grana em 2018. Seu principal concorrente interno deve ser o grupo capitaneado pelo ex-deputado federal Vanderlei Siraque e pela vereadora Bete Siraque. Atual presidente, Luiz Turco não tem direito a mais uma reeleição e ficará como deputado estadual.

O prefeito Luiz Marinho, de São Bernardo, tem ambições de ser o presidente nacional do PT. Mas, antes, quer deixar encaminhada a vitória do irmão, Brás Marinho, atual presidente do PT local e com atuação muito contestada pela militância. A antecipação do PED praticamente anula articulações do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, que busca virar referência do petismo local após o fracasso do partido na cidade – afilhado político de Marinho, Tarcisio Secoli sequer foi ao segundo turno na eleição. Outro nome que visa a cadeira é Anderson Dalecio, assessor parlamentar de Luiz Turco. “Quero devolver o PT para a militância”, sentencia.

Em Mauá, a atual dirigente é Cida Maia, que avisou internamente não querer seguir à frente do diretório local. O prefeito Donisete Braga, que não se reelegeu, foi sondado por outras legendas e tem discutido contrapartidas para continuar no PT. Uma delas seria alocar o irmão, Zezinho Braga, como presidente do petismo e, assim, ter controle da legenda. Entretanto, vai enfrentar resistência das alas que defendem o vereador Marcelo Oliveira e o ex-vice-prefeito Paulo Eugenio Pereira Júnior. 




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