Na escolinha da Associação Desportiva São Caetano, pelo menos 160 meninos de 5 a 14 anos freqüentam diariamente as aulas do professor Ademir Chagas, o Bigú, ex-jogador do São Caetano. “A prática do esporte é muito importante e consegue acabar até com guerras. Nas aulas, os alunos que têm mais dificuldade acabam amadurecendo e superando inclusive seus obstáculos pessoais, como a timidez”, ressalta.
Lucas Vinícius, de 10 anos, que há um ano freqüenta a escolinha, decidiu praticar o esporte porque sempre desejou ser jogador profissional. “Já aprendi como passar a bola e driblar os jogadores, mas o que mais gosto é de fazer gol”, conta. Pedro Henrique Birais, de 9 anos, divide com o colega o sonho de ser jogador de futebol. “Também aprendi muitas coisas. No começo não sabia direito cobrar falta, mas, hoje, meu chute já é bem mais forte”, comemora Pedro.
Além das conquistas do futebol, a cidade tem motivo para se orgulhar da equipe competitiva de Ginástica Rítmica Desportiva do São Caetano Esporte Clube, que já representou o município em diversos campeonatos. A equipe é bicampeã do Torneio Nacional de Ginástica Rítmica e, recentemente, venceu os 48º Jogos Regionais, em Cotia. Esse reconhecimento foi possível graças a muito treinamento e esforço realizado na escolinha do clube, que transformou as garotas em jovens atletas. A equipe é composta por 45 meninas de 6 a 17 anos, das categorias iniciação, pré-infantil, infantil, juvenil e adulta.
Segundo a ex-ginasta Florência Rodriguez, técnica da equipe há cinco anos, a escolinha trabalha o desenvolvimento corporal e prepara as ginastas para o torneio de massificação para que tenham mais afinidade com os aparelhos da modalidade (bola, corda, maça, laço e arco). “As alunas que se destacam passam para a turma de aperfeiçoamento, de acordo com a faixa etária e o aparelho da sua categoria”, explica. A técnica acrescenta que há turmas de iniciação dos 6 aos 14 anos e afirma que uma garota que começa a treinar a partir dos seis anos tem mais chances de ser uma atleta profissional.
Para alcançar os melhores resultados, as atletas treinam quatro horas seguidas diariamente e a disciplina na escola, na ginástica e com a saúde é bastante rigorosa. Segundo Florência, a ginástica rítmica também tem contribuído para o desenvolvimento profissional e pessoal das meninas. “Duas ginastas já estão na Faculdade de Educação Física e outras três pretendem prestar vestibular para o mesmo curso. Todas querem seguir uma profissão e dar aulas de ginástica rítmica”, comenta.
Há cinco anos, Marília Mesquista Sutilo, de 14 anos, começou a praticar ginástica rítmica e diz que vem se esforçando bastante dentro da equipe adulta do São Caetano. “Não tenho uma vida normal porque estudo e treino muito. Mas quando participo e venço algum campeonato percebo que todo o esforço valeu a pena”, destaca. Marília conta que, por causa do esporte, amadureceu e ficou mais responsável na vida pessoal e nos estudos. “Este ano, vou representar a minha escola nu-ma competição e por isso até ganhei uma bolsa de estudos”, comemora a ginasta.
O que parecia ser apenas mais uma opção para deixar a vida sedentária se transformou no objetivo de vida para Nahomi Muniz dos Reis, de 17 anos, que pratica ginástica há cinco anos e pertence à categoria adulto. “Entrei na ginástica porque não tinha nada para fazer e agora só me concentro nisso. Foi amor à primeira vista”, define Nahomi, que considera sua vida melhor e mais saudável por causa do esporte e das amizades que fez. Apesar de ser mais nova, Natália Marques Lopes dos Santos, de 9 anos, não pensa diferente das colegas. A ginasta pratica a modalidade há três anos e já conquistou o primeiro lugar na prova individual da categoria pré-infantil durante a disputa da Taça da Federação e da Liga Nacional de Desportos Acrobáticos e Ginástica Geral, em São Paulo. “Resolvi fazer ginástica rítmica porque achei bonito o movimento com a fita, que é o aparelho mais difícil de trabalhar”, explica.
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