Palavra do Leitor Titulo
Jornal, balas e memórias

Há dois dias comecei a receber o jornal Estadão. Não sei se trata-se de degustação...

Por Dgabc
28/10/2012 | 00:00
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Artigo

Há dois dias comecei a receber o jornal Estadão. Não sei se trata-se de degustação ou se o entregador está errando de casa. Fato é que eu, que nunca fui leitor de jornal, estou pegando gosto. Levo para o trabalho me sentindo todo importante. Na prática, do jeito que o jornal chega, levo embora. Em casa, sim, posso desfrutar do conhecimento carregado no malcheiroso papel. Cheiro que foi por vezes usado como desculpa para me livrar dos vendedores de assinaturas por telefone.
‘Eu tenho rinite, o jornal me ataca a alergia.' Não era mentira, talvez exagero. Esse simples acontecimento me despertou lembranças da minha infância, onde me recordo, por exemplo, de ter tido aula de leitura de jornal. Era a 4ª série do 1º grau. O professor passara o dever para que todos levassem jornal na próxima aula. Passei na minha avó Lola e peguei o Diário do Grande ABC para levar. 
Na aula aprendemos como os jornais dividem os assuntos em cadernos, o que são manchetes e como manejar o jornal. Essa última era a parte mais legal. A lição era abrir o jornal, escolher a notícia a ser lida, dobrar a folha ao meio e depois novamente ao meio, deixando a reportagem escolhida à mostra. Coisa que minha avó, dona Lola, mãe da minha mãe e de mais nove, fazia sem ter tido aula nenhuma. Lembro-me de sempre passar na casa dela (antigamente casas de avó eram especialmente diferentes) e encontrá-la sentada no chão com o jornal aberto à sua frente.
A casa era um pouco mais fria que a minha, um pouco menos iluminada e cheirinho único de casa de vó. Na sala os móveis antigos desafiavam os novos designs e se mantinham clássicos. Destaque para a arca: grande estante de madeira escura onde em uma das portas ficavam as balas de hortelã. Até o jeito dela sentar-se no chão era especial. Acostumada a usar saias, sentava-se sobre os joelhos, deixando o corpo cair levemente de lado. Óculos de armação grossa, o cabelo penteado formando coque e o dedo a ser lambido para trocar as páginas. Essa era a figura da vó Lola. Ela dobrava minuciosamente a grande folha até que ficasse pequena e manuseável. Depois de ler toda a página, reforçava o vinco da dobra de maneira que as pontas ficavam todas alinhadas e então colocava na pilha das páginas já lidas. Não me lembro quais eram seus assuntos preferidos, mas me recordo bem que a leitura era diária e respeitava aquele ritual.
Depois de ganhar balas de hortelã, eu voltava feliz para casa, levando comigo balas, carinho e memórias.
Evandro Melo é gerente de vendas.


Palavra do Leitor


Caótico
Excelente a coluna De Olho no Trânsito, de Cristina Baddini, publicada neste Diário (Setecidades, às sextas-feiras), onde são apontados problemas e soluções quanto ao trânsito em nossas cidades. Na contramão, seguem os representantes do pouco eficiente Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que, por questões de bom senso, acham normal que enormes carretas transitem diariamente, em pleno horário de pico, nas avenidas João Ramalho e Capitão João, em Mauá, e nos demais cantos do Grande ABC. Quando nossas autoridades, a despeito do poder econômico dos empresários de transporte, proibirão tal absurdo, com a delimitação de horário específico para tais veículos?

José Mário Pinotti Filho
Mauá

Diadema
A eleição 2012 termina hoje, mas a nossa Diadema não será mais a mesma! Definitivamente! Melhor ficará, com certeza! E você sabe por quê? Aguarde! Diadema, nós te queremos bem! Parabéns, PT e PV.
Filipe dos Anjos
Diadema
Mensalinho
Achei hilário o encerramento do caso do ‘mensalinho' de São Caetano, envolvendo nesta época de eleição Edgar Nóbrega, que era candidato a prefeito da cidade pelo PT, e o antigo secretário de governo Tite Campanella. Agora vem na edição deste Diário (Política, dia 24) que Edgar Nóbrega foi absolvido em primeira instância pela sindicância do caso e que para ele foi uma vitória. Mas o que mais me impressionou foi que Tite veio a público, disse que tudo aquilo era grande ‘armação' e brincadeira, e o caso foi arquivado pela Corregedoria da Prefeitura de São Caetano! Que País é este? Até quando vamos ver essas coisas na cidade que ‘amo' e da qual sou cidadão da história?
Fernando Zucatelli
São Caetano

Klinger
Não causou nenhuma surpresa a presença de Klinger Luiz de Oliveira Sousa no debate realizado dia 25 e na campanha do sindicalista Carlos Grana à Prefeitura de Santo André. Ele é figura constante nos encontros políticos do PT, como pôde ser comprovada na outorga do título de cidadão são-bernardense ao senhor Mauricio Mindrisz, dia 17 de agosto, na Câmara de São Bernardo. Podem ter certeza de que se Carlos Grana ganhar a eleição, Klinger voltará a ocupar cargo de confiança na Prefeitura de Santo André, apesar de seu nome estar, supostamente, envolvido em corrupção e na morte de Celso Daniel. Não só ele deve voltar à Prefeitura, como também os cumpanheros de Diadema, São Bernardo, Mauá e de outras cidades interioranas, como ocorreu na administração do petista João Avamileno.
Antônio O. Bianchini
Santo André


Carro x voto
Comprar carro usado e votar é quase a mesma coisa! Compre automóvel de pessoas conhecidas e que você já tenha visto antes; vote em candidato já conhecido. Pesquise no Detran os antecedentes do veículo; o mesmo para o candidato (faça o levantamento na internet); por último, verifique se o carro é da sua cidade e se está no nome do vendedor há pelo menos cinco anos. No voto, veja se o postulante reside na cidade há pelo menos dez anos. Boa compra e bom voto.
Breno Reginaldo Silva
Santo André




Comentários

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