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Volks investe R$ 8,7 bilhões no Brasil
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
08/10/2011 | 07:19
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A Volkswagen reforçou os investimentos para os próximos anos no Brasil, com o plano de aportar R$ 8,7 bilhões entre 2011 e 2016 no País. Desse valor, um terço (R$ 2,9 bilhões) será aplicado em melhorias das fábricas, entre elas a de São Bernardo. Os dois terços restantes serão destinados ao desenvolvimento e lançamento de carros no mercado nacional.

O montante é R$ 2,5 bilhões maior do que o total (R$ 6,2 bilhões) que a empresa havia programado de 2010 até 2014 e faz parte da estratégia da montadora para se tornar a líder mundial do setor até 2018.

Esse valor não inclui os recursos necessários para montar outra fábrica no País - o que pode demandar mais R$ 1 bilhão. A companhia estuda essa possibilidade e, segundo o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, ter nova unidade traria vantagens, entre elas começar do zero e implantar instalação já com padrão mundial, e desvantagens, como a necessidade de gestão de uma filial. Esse projeto deverá significar o aumento, inicialmente, de 500 carros por dia de capacidade produtiva, chegando em dois a três anos em 1.000 veículos diariamente. Atualmente, a fabricante tem condições de produzir (automóveis e comerciais leves) 3.500 carros por dia, somando as unidades de São Bernardo, de São José dos Pinhais (PR) e de Taubaté.

ESTADOS - Schmall cita que ainda não há definição se haverá ampliação de uma fábrica já existente ou a construção de outra planta fabril, mas adianta que a empresa conversa com seis Estados, entre eles São Paulo e Paraná. Recentemente mencionou que Pernambuco também faz parte dessa lista. No foco das negociações, está a busca por incentivos fiscais, mas o executivo salienta que também é levada em conta a perspectiva de crescimento do mercado consumidor nos próximos anos.

CENÁRIO - Schmall destaca que os investimentos da companhia não são decididos "da noite para o dia" nem levam em conta a conjuntura de curto prazo, mas foram definidos com base no potencial do País, que é um dos principais mercados para a empresa no mundo.

Porém, ele ressalta que o cenário da demanda interna está mais complicado do que o esperado, o que exigiu ajustes na produção, como a redução de jornadas extras, para acompanhar as fracas vendas do segmento. E acrescenta que a empresa está no limite de utilização das ferramentas de flexibilização. "Se o mercado não se recuperar será muito difícil", afirma. No entanto, ele descarta cortes. "Demissões são uma medida muito drástica, mas reduzir mais a produção será complicado", assinala.

O executivo projeta crescimento de 4% a 5% no volume de comercialização da indústria automobilística neste ano frente a 2010, mas salienta que boa parte dessa alta virá do desempenho do setor no primeiro semestre. Para ele, a desaceleração é reflexo das medidas do governo federal (o Banco Central, no fim do ano passado, elevou a garantias para as o setor financeiro oferecer empréstimos de longo prazo). "(Isso) tirou liquidez (ou seja, capacidade de converter um investimento em dinheiro com facilidade) e com isso, os bancos estão avaliando cada vez mais para quem vão emprestar", diz.

 

Montadora projeta que setor crescerá 3% a 4% em 2012

Apesar da queda na demanda no mercado interno, o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, mantém o otimismo, ao afirmar que o setor poderá crescer 3% a 4% em 2012 e que, em 2014, o mercado nacional de veículos leves chegará a 4 milhões de unidades.

Em relação ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados para os carros trazidos do Exterior, Schmall diz que a medida era necessária para proteger a indústria nacional, mas servirá para se ganhar tempo. "Não vai resolver o problema da competitividade", cita. A empresa vai importar, neste ano, 60 mil carros. No entanto, boa parte virá do México e da Argentina, com as quais o Brasil tem acordo bilateral e, por esse motivo, modelos vindos desses países não sofrerão aumento do IPI.

Por sua vez, as exportações, mesmo com o real mais valorizado nas últimas semanas, não devem mudar no curto prazo, avalia o executivo. Sua estimativa é vender ao Exterior 150 mil unidades, número semelhante ao de 2010.




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