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Com Doria e França, disputa em São Paulo vai ao 2º turno após 16 anos

Atual governador abocanha vaga na fase derradeira do pleito em briga acirrada com Skaf

Daniel Tossato
Júnior Carvalho
08/10/2018 | 07:00
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 Depois de 16 anos e três eleições estaduais seguidas, a corrida pelo governo de São Paulo vai ao segundo turno, com o ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB) e o atual governador e candidato à reeleição Márcio França (PSB). O tucano fechou a primeira etapa na liderança, com 6,4 milhões de votos (31,77% dos válidos), seguido pelo socialista, que recebeu 4,3 milhões (21,53%). Paulo Skaf (MDB) teve 4,2 milhões (21,09%).

A segunda vaga na fase derradeira do pleito foi disputada no voto a voto entre França e Skaf, que chegou a liderar pesquisas de intenções de voto. Até o início da noite, o adversário de Doria ainda estava indefinido, tanto que, no comitê improvisado do tucano, em clube localizado na Avenida Paulista, militantes celebravam o desempenho do ex-prefeito, mas ainda aguardavam apreensivos quem seria o adversário. “Márcio França passou (o Skaf)?”, questionava uma cabo eleitoral. Em vários momentos da apuração França e Skaf revezaram no segundo lugar. A diferença de votos, no fim, ficou próxima dos 90 mil.

A última vez em que a eleição paulista foi decidida só segundo turno foi no pleito de 2002, quando Geraldo Alckmin (PSDB) foi reeleito. De lá para cá, os tucanos liquidaram o pleito já no primeiro turno em 2006, com José Serra; e em 2010 e 2014, com o próprio Alckmin.

No QG tucano, Doria chegou com mais de uma hora e meia do horário previsto. Ainda assim, em seu pronunciamento, chegou a adotar cautela sobre quem seria seu adversário de fato. “Serei um adversário duríssimo do segundo turno.” Citando nominalmente o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o ex-prefeito da Capital anunciou que apoiará a partir de hoje o ex-militar na disputa contra Fernando Haddad (PT). “Perdeu uma vez, vai perder de novo”, projetou, em referência à sua vitória sobre o petista na disputa municipal de 2016, quando saiu vitorioso ainda no primeiro turno. De pé, o tucano engrossou o discurso contra França e voltou a atrelar a imagem do atual governador ao PT. “Não usei o Estado, o Palácio nem o governo para fazer campanha. A esquerda do Márcio Franca será derrotada pelos mesmos brasileiros que derrotaram o Lula;” O tucano adiantou que quer contar com o apoio do MDB neste segundo turno.

Já na sede da Força Sindical, onde acompanhavam os números os partidários do governador, o clima foi de tensão do começo ao fim. Houve momentos de euforia quando França ultrapassava Skaf e momentos de apreensão, quando ocorria o contrário. Em seu pronunciamento, o governador voltou a acusar Doria de traidor. “Eu não traio meus amigos. Não chuto meus amigos.”

Ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) ficou em quarto, com 12,66% dos votos válidos, seguido por Major Costa e Silva (DC), que atingiu 3,69%.




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