Setecidades Titulo Saúde pública
Grande ABC possui 463 áreas contaminadas

Quantidade de terrenos com riscos à população aumentou 6,18% nos dois últimos anos

Daniel Macário
16/07/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Municípios do Grande ABC possuem, juntos, 463 áreas declaradas contaminadas pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Estes terrenos, que são acompanhados pelo órgão estadual, incluem, em grande maioria áreas ocupadas por postos de combustíveis e indústrias, mas existe também parcela significativa de espaços com solo ou águas subterrâneas que oferecem riscos iminentes à saúde de quem vive no entorno.

Os terrenos contaminados entre os sete municípios estão listados em relatório divulgado, em 2017, pela Cetesb. Segundo o documento, no ano passado a região aumentou em 6,18% a quantidade de áreas que apresentam algum tipo de risco ambiental em comparação a 2016. O número no Grande ABC corresponde a 7,80% do total de locais infectados em todo o Estado, que tem 5.942 endereços problemáticos, conforme o levantamento do órgão estadual.

Segundo a Cetesb, a origem dessas áreas contaminadas “está relacionada ao desconhecimento, em épocas passadas, de procedimentos seguros para o manejo de substâncias perigosas, e à ocorrência de acidentes ou vazamentos durante o desenvolvimento dos processos produtivos, de transporte ou de armazenamento de matérias primas e produtos.”

Do total de pontos contaminados na região, 294 casos são de lotes onde estão ou já estiveram localizadas postos de combustíveis, o que representa 63,49% do total de áreas. No ranking dos lotes vulneráveis ainda aparecem terrenos de indústrias (135) e áreas comerciais (25).

Dos terrenos do Grande ABC listados no relatório anual emitido pela Cetesb, 11,20% apresentam contaminação no solo ou em águas subterrâneas com substâncias que oferecem risco à saúde e ao meio ambiente (veja arte ao lado).

Chama atenção no relatório a listagem de quatro áreas do Grande ABC como críticas. São elas: Residencial Barão de Mauá, em Mauá; Jardim das Oliveiras, em São Bernardo; Indústrias Matarazzo, em São Caetano; e Núcleo Espírito Santo, em Santo André. Pelos parâmetros do órgão estadual, os espaços exigem imediata intervenção pelo responsável ou pelo poder público.

“No caso do Barão de Mauá se não houver contenção a contaminação pode, inclusive, ser ampliada”, avalia a bióloga especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Ângela Marcondes.

Para o presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida), o ecologista Virgílio Alcides de Farias, o aumento do número de áreas contaminadas reflete a ausência de fiscalização por anos, em especial de indústrias espalhadas pela região. “É necessário que haja um processo de educação, sensibilização e conscientização por parte da população referente a essas áreas para reverter o cenário”, enfatiza.

Embora assuste o aumento das áreas sob risco ambiental na listagem da Cetesb, especialistas destacam que o cenário indica que o órgão estadual está atuante. “A fiscalização tem chegado a essas áreas justamente pelo trabalho mais rígido, porém precisa avançar”, destaca.




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