O ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi (sem partido) vai aguardar votação de suas contas de 2012 – último ano de seu mandato no Paço – na Câmara, com parecer negativo do TCE (Tribunal de Contas do Estado), antes de decidir eventual aposentadoria eleitoral, embora esteja se movimentando, nos bastidores, para filiar-se em partido político.

O tribunal rejeitou o balancete de Volpi ao registrar, em acórdão, que a Prefeitura foi entregue com cerca de R$ 24 milhões de deficit orçamentário, 11,95%, e por ter contratado servidores públicos em época de eleição. “O ano de 2012 foi altamente deficitário para todas as prefeituras, e (por conta disso) eu não consegui fechar as contas”, defendeu o ex-chefe do Executivo.

Volpi disse que ainda não conversou com os vereadores de Ribeirão com foco a articular possível ‘absolvição’. Caso mantido o parecer no Legislativo, ele pode perder os direitos políticos por até oito anos e permanecer inelegível no período. “Se me derem a oportunidade de fazer uma palestra (aos vereadores), de demonstrar por que isso aconteceu, eu vou fazer (defesa), mas vou fazer isso até para desencargo de consciência, independentemente do resultado (se o parecer for mantido ou não), porque eu vou falar a verdade.”

Segundo o ex-tucano, mantendo-se ou não o parecer, ele “vai para casa” – Volpi já disse que colocaria pijama no passado e, posteriormente, foi candidato ao Paço de Mauá. “Eu estou aposentado, de bermuda, sapato sem meia”, pontuou. “Estou desenvolvendo projeto (pessoal), trabalho profissional, para colocar no mercado, voltado à área da Tecnologia da Informação. Não (pretendo) trabalhar com o serviço público. Vou focar nisso”, emendou.

PARTIDOS
O ex-chefe do Executivo negou que tenha procurado partidos para processo de filiação, descartando, no momento, plano de candidatura no pleito de 2018. De acordo com Volpi, o PDT e outras legendas o contataram recentemente, mas devido às pendências das contas, ele não pode “nem pensar nisso”. “Estou procurando um lugar tranquilo para viver.”

“Tenho um compromisso de ordem moral com o PTB, (principalmente, com o presidente estadual da sigla) Campos Machado, que, foi o único cara que me acolheu, foi o único cara que me telefonou depois da (derrota na) eleição. Dei a palavra para ele que eu só tomaria decisão de filiação partidária depois de falar com ele”. “(Disse que) O PTB estava de portas abertas (para mim)”, completou.