"Estou muito emocionado, muito triste com tanta falta de respeito pelos mortos. É inaceitável e espero que isso nao volte a se repetir", declarou o presidente da comunidade judaica de Berlim, Andreas Nachama, depois de ter se reunido entre os túmulos com o rabino da cidade, Ytzaak Herrenberg.

Nachama recordou que nos últimos cinco anos os cemitérios judeus de Berlim sofreram profanaçoes. "Ainda que menos túmulos tenham sido violados, isso continua sendo muita coisa".

Depois que o rabino recitou o Kaddish, a oraçao dos mortos da religiao judaica, membros da comunidade e do partido ecologista, que conclamaram a manifestaçao, leram em voz alta os nomes que das lápides dos túmulos profanados.

"A constituiçao alema pressupoe os princípios de igualdade, ausência de discriminaçao. Devemos lutar para que sejam respeitados, devemos ter o valor civil de defendê-los e de luta contra o extremismo de direita", pediu Renake Kunast, deputado regional dos Verdes.

Os investigadores nao dispoem no momento de nenhum indício sobre os autores das profanaçoes no cemitério judeu de Berlim-Weissensee, assim como da profanaçao do memorial em homenagem aos deportados no centro da cidade, sobre o qual foram pintadas suásticas nazistas, ambas descobertas na segunda-feira.

O cemitério de Berlim-Weissense detenta o triste recorde de túmulos judeus profanados no pós-guerra alema.

Mais de 115.000 pessoas estao enterradas em Berlim-Weissensee, o maior cemitério judeu da Europa, criado em 1880.

A polícia de Berlim informou nesta sexta-feira ter oferecido uma recompensa de mais de 2.600 dólares por qualquer informaçao sobre a profanaçao.