Na abertura da "Cúpula do Pacto Mundial" em Genebra, a ONU (Organização das Nações Unidas) pediu nesta quinta-feira às empresas que não fiquem apenas nas palavras, mas assumam de forma concreta as suas responsabilidades no âmbito social e ambiental, assim como na luta contra a corrupção.

"Para que as empresas possam crescer de maneira sustentável, devem gerar confiança e reforçar sua legitimidade", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, diante de centenas de dirigentes de companhias multinacionais.

O Pacto Mundial, que reúne 4 mil empresas de 116 países, pretende conquistar o apoio voluntário do sector privado para os grandes objetivos da ONU em relação aos direitos humanos, normas de trabalho, meio ambiente e luta contra a corrupção.

"Até 5% do Produto Nacional Bruto mundial é perdido por causa da corrupção, o que representa 2,5 trilhões de dólares", afirmou Huguette Labelle, diretora da organização para a luta contra a corrupção da Transparency International e integrante do comitê de direção do Pacto, que citou números do Banco Mundial.

Segundo um estudo da ONU, 61% das empresas disseram ter adotado uma tolerância zero perante a corrupção, embora apenas 23% criaram punições como forma de reprimir a prática.

"Pode a responsabilidade social e ambiental das empresas se limitar a um código de boa conduta?", perguntou o ministro francês de Relações Exteriores, Bernard Kouchner, presente na reunião, se referindo ao compromisso voluntário das empresas. Kouchner ressaltou a importância de eventuais medidas "coercitivas" nesse campo.