A ausência de mulheres no Legislativo de São Bernardo, atrelado a um histórico de baixa participação ativa, motivou a executiva Leonora Fornzeiro de Paula, 47 anos, a se lançar como pré-candidata a vereadora na eleição de outubro. Município elegeu apenas cinco vereadoras diretamente.

Residente na cidade desde os dez anos, a executiva se filiou no Pros, em setembro do ano passado, buscando estruturar projeto político, focando no desenvolvimento de ações públicas.

“A participação da mulher precisa ser melhor. Há pouco mais de seis anos realizo trabalho voluntário no município. Sei que posso contribuir e ao mesmo tempo estruturar a participação feminina na elaboração e desenvolvimento da cidade”, pontuou Leonora, que é formada em Administração de Empresas.

O cenário político na região expõe hegemonia masculina. Mesmo sendo 52% do eleitorado brasileiro e tendo figura feminina como presidente da República, Dilma Rousseff (PT), as mulheres ainda não conseguiram alcançar a paridade dentro das discussões da esfera pública – atualmente, possui apenas dez vereadoras dentre os 142 parlamentares eleitos em 2012 na região.

“Ter sempre atuado no setor privado me permitiu ter um olhar com mais atenção em relação às necessidades do município. E cada um que queira mudar precisa buscar meios e é isso que estou fazendo”, acrescentou.

O retrato político hoje mostra que apenas duas mulheres se colocam como possíveis candidatas às Prefeituras do Grande ABC em outubro, Lucia Dal’Mas (PRTB), atual vice-prefeita de São Caetano, e a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB). O cenário é inferior ao da eleição municipal passada, quando cinco mulheres disputaram o cargo político mais importante das cidades. Em 2012, concorreram às prefeituras da região Regina Maura Zetone (ex-PTB, hoje PSDB) em São Caetano; Lígia Gomes (PSTU), em São Bernardo; Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), Diadema; em Mauá a candidata foi Vanessa Damo e, em Ribeirão Pires, a ex-prefeita Maria Inês Soares (PT) tentou retornar ao comando do Paço

“Os direitos do público feminino serão respeitados se as mulheres tomarem à frente dos seus interesses, sendo mais participativas”, destacou Leonora.