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Crise e janela acentuam queda das grandes siglas

PT, MDB e PSDB apresentam redução do número de representantes de 2014 até quadro atual

Por Humberto Domiciano
30/04/2018 | 07:00
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Fábio


 A crise política aliada à janela partidária aberta em março acentuou processo de redução das bancadas do PT, MDB e PSDB na Câmara Federal, os três maiores partidos do País. De acordo com o levantamento da Câmara dos Deputados, o PT manteve a maior bancada, com 60 deputados, no entanto, também apresentou queda em relação ao número registrado no pleito de 2014 (68).

Já o MDB, que começou a atual legislatura com 65 deputados, viu sua representação cair para 58 cadeiras até o começo da janela e 51 dentro do quadro atualizado. O PSDB, por sua vez, virou a quarta maior bancada, somando 49 parlamentares. Outro número apontado na lista geral das siglas representadas no Congresso, mostrou que o PP, que não deve ter candidato a presidente, tornou-se o terceiro maior grupo de deputados, com 50 representantes.

Denúncias da Operação Lava Jato atingiram as três legendas, sendo que o PT acabou tendo a imagem mais desgastada, provocando desastre nas eleições de 2016, quando no Grande ABC, por exemplo, não conseguiu fazer nenhuma prefeitura, enquanto MDB e PSDB passaram a sentir o peso do avanço das investigações após as acusações oferecidas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer (MDB) e contra o senador Aécio Neves (PSDB).

O cientista político Cláudio Couto atribuiu o troca-troca partidário também a outros fatores: interesses locais e ao financiamento de campanhas. “Os deputados efetuam mudanças de legendas observando as possibilidades de fazerem parte de palanques mais fortes e também da oferta de recursos para a realização de suas campanhas. A facilidade que algumas siglas possuem de aderir projetos de diferentes origens influenciam nesta escolha, como foi o caso do PP, que cresceu na última janela.”

Para o ex-prefeito de Santo André e coordenador da Macro ABC do PT, Carlos Grana, o quadro atual não causa preocupação. “As saídas que o partido teve nos últimos anos foram de parlamentares que compactuam com as ideias de esquerda. Além disso, a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas e uma imagem melhor que o partido possui perante a sociedade podem contribuir nas eleições deste ano”, avaliou.

Na visão do presidente da Câmara de São Caetano, Pio Mielo (MDB), a aposta de seu partido deve ser em novas filiações e na alteração do cenário político. “Historicamente há sempre uma mudança na composição do Legislativo. O MDB de São Paulo recebeu novas filiações, como o Beto Mansur (ex-prefeito de Santos, que estava no PRB), e temos bancada mais forte. Vejo também que o MDB pode ser o condutor de uma chapa de centro, que deve liderar o processo político das eleições”, destacou.

A aposta do PSDB será na eleição do ex-prefeito da Capital João Doria ao Palácio dos Bandeirantes. Em caso de sucesso nas urnas, o aumento da bancada é perspectiva no horizonte tucano, além de condições mais favoráveis para 2020.




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