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Saiba o momento certo de vender seu negócio
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
15/07/2010 | 07:15
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Ter um negócio próprio é o sonho de todo empreendedor. No entanto, é preciso se atentar para que esse sonho não vire pesadelo. Dificuldades financeiras, desgosto, cansaço ou mesmo uma nova ideia de investimento são alguns dos motivos que levam o empresário a cogitar a venda de seu negócio.

Por essa ser a última coisa que passa pela cabeça de quem investe para constituir sua própria empresa, na maior parte das vezes a venda do negócio acaba sendo feita no pior momento.

De acordo com o consultor Márcio Nobre, sócio da Nobre Empresarial, o primeiro passo é saber o real valor do seu negócio. Para isso, é necessário apurar uma média de faturamento dos melhores momentos de seu empreendimento e multiplicá-la por seis. Por exemplo, se a média é de R$ 20 mil, vezes seis dá R$ 120 mil.

Essa é uma avaliação que também pode ser feita por especialistas, que verificam dados como valor da marca, potencial de valorização nos próximos dois ou três anos, clientela fixa e esporádica, retorno financeiro e dependência do negócio em relação ao fundador-proprietário. É recomendado, ainda, que seja feita uma comparação referente ao retorno financeiro em relação a outros investimentos no mercado.

O valor tem de corresponder às vendas atuais, pois, antes de fechar negócio, o interessado vai passar alguns dias acompanhando o atual proprietário na rotina de trabalho para conferir se o retorno é, de fato, garantido. "O melhor momento para colocar um negócio à venda é quando ele está em alta, pois é quando o mercado o valorizará. Quando o negócio está indo mal, não tente vendê-lo. Busque saber o que está acontecendo, onde estão as falhas e procure corrigi-las", orienta Nobre.

Para atrair potenciais investidores, o consultor sugere que o preço de venda sofra uma pequena depreciação, entre 10% e 20%, para chamar a atenção do comprador e elevar o interesse do negócio. No exemplo dado, se o valor é R$ 120 mil, o ideal é oferecê-lo por R$ 108 mil. "Assim, o comprador terá a certeza de que está adquirindo um bom negócio, e com vantagens."

Nobre aconselha que, tanto quem está vendendo como quem vai comprar, só fechem a operação com auxílio de um advogado e um contador. "O comprador precisa de uma análise de que a empresa não tenha dívidas e de um profissional para analisar o contrato. O vendedor, caso o negócio não seja à vista, precisa saber quais são as garantias de recebimento do valor restante, que pode ser por meio de nota promissória. Além disso, precisa de ajuda para elaborar um contrato."

Com os serviços dos dois profissionais, o consultor estima que serão gastos no máximo 2% do valor da negociação. No caso hipotético, pouco mais de R$ 2.000. "São despesas necessárias para evitar dor de cabeça lá na frente", diz Nobre.




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