Setecidades Titulo Evento
'Mulheres pela Paz' é tema de seminário
Do Diário do Grande ABC
25/05/2008 | 07:10
Compartilhar notícia


Mulheres que fazem a diferença. É isso mesmo. Cinqüenta delas estarão reunidas no próximo dia 2, em Santo André, discutindo ações que mudem o cotidiano por meio do exercício da paz. Realizado pela Associação das Mulheres pela Paz, com patrocínio da Petrobras e apoio da Prefeitura e Câmara de Santo André, Diário do Grande ABC, Sesi, União das Mulheres de São Paulo, ONG Rede Mulher de Educação e Fé-Minina - Movimento de Mulheres de Santo André, o seminário Mulheres pela Paz - Segurança Humana e Justiça é fechado, mas o público não ficará isolado desse grande acontecimento na região.

No dia 3, nas dependências do Sesi de Santo André, será possível ter contato direto com algumas das brasileiras que representaram o País na indicação de 1.000 mulheres para o Prêmio Nobel da Paz em 2005. Na ocasião, haverá o lançamento do livro Brasileiras Guerreiras da Paz.

Uma das atrações do Mulheres pela Paz será Clara Charf, viúva de Carlos Marighella e que há 60 anos luta pelo avanço da democracia. Em 2005, ela esteve à frente da seleção das 52 representantes do País para integrar o grupo de 1.000 mulheres para o prêmio, uma iniciativa da Fundação Mulheres Suíças pela Paz, da qual participaram 150 países.

Entre as mulheres estão médicas, advogadas, militantes feministas, escritoras, empregadas domésticas, camponesas, sindicalistas, indígenas, quilombolas, donas de casa, professoras, parlamentares, sociólogas, líderes comunitárias, juízas, radialistas, cientistas, atrizes e arqueólogas.

Milhões de mulheres comuns lutam diariamente por uma cultura de paz e, na maioria das vezes, percorrem essa trajetória de forma silenciosa. Para tirá-las do anonimato e dar visibilidade às ações, elas foram representadas por 1.000 mulheres do mundo todo para o Prêmio Nobel da Paz de 2005. Desde a primeira edição, em 1901, apenas 13 mulheres ganharam a premiação.

A biografia de cada uma dessas mulheres pode ser conferida no livro a ser lançado no Grande ABC no próximo dia 3. Publicado pela Editora Contexto, a obra tem coordenação de Clara Charf, textos de Carla Rodrigues, Fernanda Pompeu e Patrícia Negrão e fotos de Nair Benedicto, Bob Wolfenson, Marie Hippenmeyer e Dudu Cavalcanti. Entre as 52 guerreiras, há nomes conhecidos do grande público, mas a maioria é anônima. Porém, todas merecem reconhecimento.

Clara Charf merece uma apresentação à parte. Comunista, viveu na clandestinidade por longo período e foi companheira de Carlos Marighella, fundador da ALN (Aliança Libertadora Nacional). Após a morte de Marighella, em 1969, exilou-se em Cuba. Hoje trabalha no Conselho Nacional dos Direito da Mulher e articula a rede Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo.

Somente em 7 de março deste ano, o Ministério da Justiça reconheceu a condição de anistiada política de Clara. Ela passou a receber uma prestação mensal de R$ 2.500. "Ninguém pode negar que temos hoje uma liberdade democrática graças às lutas do passado", disse, durante julgamento que marcou o Dia Internacional da Mulher.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;