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Abimaq comemora ajuste no Finame
14/05/2008 | 07:15
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A extensão dos prazos de financiamento do Finame de cinco para dez anos é a "quebra de um paradigma" para a indústria de máquinas e equipamentos. A afirmação é do presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, que participou ontem da abertura da 27ª Feira Internacional da Mecânica, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Capital.

A medida, anunciada anteontem pelo governo federal como parte da nova política industrial, sempre foi um dos principais pleitos do segmento, que foi incluído no grupo das áreas selecionadas para ter reforço de competitividade.

O Finame é um programa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que financia a produção e a comercialização de máquinas e equipamentos novos fabricados no Brasil. Além do prazo maior, o spread foi reduzido e não haverá incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre esses empréstimos.

"É um momento histórico, principalmente para as pequenas e médias empresas", disse Aubert, na abertura da feira, principal evento do setor na América do Sul, que reunirá neste ano 1.950 expositores de 35 países e deve atrair 115 mil compradores e visitantes.

Os demais setores industriais também terão facilidades para a aquisição de máquinas e equipamentos. "A idade média das máquinas instaladas no Brasil é 17 anos. É preciso renovar o parque industrial", ressaltou.

Aubert disse ter ficado satisfeito com as medidas da política industrial, já que muitos dos pleitos levados aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e ao secretário de Política Econômica, Bernard Appy, foram atendidos pelo governo. Atualmente, o setor representa algo entre 3% e 4% do PIB.

"Essas medidas se inserem no plano da Abimaq para 2022, que é levar o Brasil da atual 14ª posição no ranking mundial de produção de máquinas e equipamentos para o 7º lugar. É um primeiro passo, temos que reconhecer, embora haja muito a ser feito", afirmou. O Brasil já ocupou, na década de 1980, a 5ª colocação nessa lista.

Apesar dos elogios, a Abimaq sustentou que as medidas da política industrial não são suficientes para incentivar o setor. "Com um câmbio como esse, não há política industrial que resolva o problema das exportações", declarou.

O dirigente reclamou da taxa média de importação de máquinas e equipamentos, de 9%, bem inferior aos 35% que incidem sobre carros importados de países com os quais o Brasil não tem acordos. Aubert também cobrou a redução da carga tributária e da taxa básica de juros, além do incentivo aos investimentos em infra-estrutura.

Durante a feira, ocorrerá também a 4ª Rodada Internacional de Negócios, organizada pela Apex (Agência Brasileira de Promoção do Comércio Exterior), que reunirá 16 compradores de oito países da América Latina para fazer negócios com empresas brasileiras. Esse é o maior mercado potencial para as companhias nacionais - em 2007, somente os países sul-americanos importaram US$ 20 bilhões em máquinas e equipamentos, e a participação brasileira nesse montante foi de apenas US$ 3,5 bilhões. Na edição anterior da Rodada de Negócios, em 2006, foram fechados US$ 7,09 milhões em negócios.




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