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Sem apresentar novidades, Lauro se reúne com vereadores

Prefeito de Diadema tenta amenizar clima ruim com a Câmara; verde explica ações no setor de Saúde

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
20/03/2014 | 06:24
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André Henriques/DGABC


Disposto a estreitar os laços com o Legislativo, o prefeito de Diadema Lauro Michels (PV) se reuniu ontem pela primeira vez com os vereadores, mas não apresentou nenhum fato novo, além de fazer balanço das ações do governo e justificar o atraso em algumas obras em curso. A expectativa é de que outros encontros sejam realizados periodicamente.

Acompanhado pelos interlocutores Laércio Soares (PCdoB), assessor especial de gabinete, Gesiel Duarte (PV), secretário de Gestão, Lauro dialogou com os parlamentares por duas horas e abriu espaço para questionamentos, a maioria da oposição. Apenas Talabi Fahel (PR), Wagner Feitoza, o Vaguinho (PSB), e Ricardo Yoshio (PRB) não participaram.
Para o chefe do Executivo, a reunião foi produtiva. “Os vereadores tinham algumas dúvidas, principalmente sobre algumas obras paradas desde a outra gestão (de Mário Reali, do PT). Mostrei a eles o esforço da administração para conclusão dessas obras”, disse Lauro. O verde foi questionado sobre a conclusão da creche Naval, localizada na Vila São José. Orçada em R$ 2,6 milhões, a previsão era de que a unidade – que vai oferecer 180 vagas – fosse entregue no fim de 2013. Agora, a estimativa é que a inauguração ocorra no segundo semestre.

Setor mais criticado da gestão verde, a Saúde também esteve na pauta do encontro. Principalmente o aumento de gastos no terceiro quadrimestre de 2013, quando o balanço fechou com 34% do Orçamento municipal aplicados no setor.

Lauro revelou que o sistema municipal consome R$ 987 mil por dia, totalizando despesa mensal de R$ 29,6 milhões e anual de R$ 355,3 milhões. Segundo ele, o setor é um “saco sem fundo” porque moradores da Capital e até de outras cidades do Grande ABC são atendidos em Diadema. “Não vou negligenciar atendimento. Esse é o principal motivo do alto custo do município com Saúde”, disse o verde.

Ele também relatou o imbróglio para construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) Piraporinha, cuja titularidade do terreno pertencia ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Lauro explicou que a propriedade foi transferida ao Ministério da Saúde, que repassará ao município. A União liberou R$ 1,9 milhão à cidade para construir a unidade.

Sobre a saída de médicos da rede municipal – 87 desde o ano passado –, o chefe do Executivo reiterou que os profissionais são substituídos por meio de convênio entre a Prefeitura e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Para isso, o repasse anual à instituição passará de R$ 27 milhões para R$ 33 milhões.

Outro objetivo da reunião seria minimizar focos de insatisfação na base aliada, principalmente com PSB e PMDB, fato negado pelo prefeito. “Se fosse encontro só com a base, teria sido realizado na Prefeitura”, afirmou.
A oposição enalteceu a atitude do prefeito de dialogar com vereadores, mas criticou o resultado do encontro. “Ele replicou o que foi falado nos jornais”, disse Orlando Vitoriano (PT).


Verde agora admite pleito do PV a federal

Convencido por aliados, Lauro Michels admitiu que o PV local terá candidato a deputado federal. A princípio, o prefeito queria apenas o ex-assessor especial e ex-prefeito de Rio Grande da Serra Adler Kiko Teixeira (PSC) como postulante à Câmara Federal. Embora ainda não esteja confirmado oficialmente, o secretário de Obras, Márcio da Farmácia, foi definido como representante do partido na corrida por vaga ao Congresso.

Para justificar a mudança de postura, Lauro recorreu a um conhecido clichê político. “A nuvem muda de lugar todo dia. Uma hora está do lado direito, depois vai para o lado esquerdo”, considerou. O chefe do Executivo evitou apontar Márcio da Farmácia como candidato, mas reconheceu que o diretor-presidente da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema), Elbio Camillo Júnior, é nome certo para substituir o ex-parlamentar na Pasta, caso o projeto se concretize.

Com a assinatura do convênio entre a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e a Prefeitura, na terça-feira, a estatal assumirá a gestão da água e esgoto na cidade e a autarquia municipal deixará de existir. Apesar disso, Elbio será mantido na gestão verde.

A candidatura de Márcio a uma vaga em Brasília encerrou a possibilidade de o secretário de Educação, Marcos Michels (PV), também entrar na disputa. Primo de Lauro, não conseguiu apoio dele para o projeto político. Comenta-se nos bastidores que o principal motivo é que ele será preparado para a sucessão de Lauro, que buscará a reeleição em 2016.
 




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