Para a Irmandade do Blues, os tempos são de comemoração. E não à toa. O grupo andreense completa duas décadas de sua formação e aproveita o fim de semana para subir ao palco do teatro do Sesc Santo André. A banda se apresenta hoje, às 20h, e amanhã, às 19h. As entradas, à venda nas bilheterias da unidade e também pela rede IngressoSesc, custam de R$ 6 a R$ 24.

Formada por Vasco Faé (voz, gaita e guitarra), Edu Gomes (guitarra e violão), Silvio Alemão (contrabaixo) e Fernando Lóia (bateria e percussão), a Irmandade aproveita também para tirar do forno novo trabalho de estúdio, Fronteiras (Wet Music/Radar Records, R$ 20 em média), primeiro de inéditas em sete anos.

Com produção assinada por Daniel Lanchinho – com a banda desde o início –, a empreitada traz leque de 15 canções que se misturam entre autorais e releituras. Segundo Faé, nesse trabalho é a primeira vez que os músicos realmente se dedicaram a escrever juntos as composições. “Não era o normal da banda, sempre fizemos as músicas mais individualmente, mas dessa vez fizemos uma tentativa, ao meu ver bem-sucedida, de compor juntos”, afirma. “Uma boa parte das músicas ficou na parceria entre o Edu e eu. Na maioria dos casos, ele chegava com a ideia de um riff e eu completava com alguma outra ideia quando necessário. Também fiz as letras e melodias. No final da composição todos participam da parte de arranjos colocando suas opiniões”, diz.

E é com blues elétrico, em faixas como Find The Way, ou o quase rock Correndo Risco, e ainda o lamento de Sad, que a Irmandade do Blues chega aos 20 anos: cheia de competência. Letras em inglês e português são parte do show. Faé conta que “simplesmente não fazemos músicas exclusivamente em uma língua, porque temos recursos para fazer nas duas. Seria um desperdício não explorar essa possibilidade.”

Entre as releituras na obra listam temas como Halleluiah, <CF50>de Leonard Cohen, e Eu Só Quero um Xodó, assinada por Dominguinhos. “Tanto eu como o Faé temos uma grande coleção de composições dentro e fora da banda, mas esta é uma prática comum no blues e desde o início fazemos isso”, afirma Edu Gomes, quanto às releituras.

Fronteiras é o retrato da Irmandade de hoje e de antes. Find The Way e You Gotta Try surgiram para esse disco. “Já The Blues veio de uma gravação do primeiro encontro da banda, em 1995, e que foi amadurecer só agora. O importante é que tudo soa atual para nós”, analisa Gomes.

Irmandade do Blues – Música. Hoje, às 20h; amanhã, às 19h. No Sesc Santo André – Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: R$ 6 a R$ 24.