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Aliados atacam Informação iraquiana na madrugada
Do Diário OnLine
26/03/2003 | 02:45
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Violentos bombardeios varreram Bagdá antes do amanhecer nesta quarta-feira (hora local, final da noite de terça no Brasil). Os alvos da vez seriam prédios da TV oficial iraquiana e do Ministério da Informação do país – as duas principais artérias da comunicação de massa do governo Saddam Hussein.

Na noite de terça-feira (tarde no Brasil), bombardeios aliados em Bagdá já haviam cortado por cerca de 15 minutos as transmissões da TV iraquiana.

Por volta das 5h de quarta-feira (23h de terça em Brasília), cerca de dez fortes explosões foram ouvidas em Bagdá. TVs árabes que transmitem ao vivo da capital iraquiana mostraram altas colunas de fumaça no bairro que abriga a TV estatal e o Ministério da Informação. A eletricidade chegou a ser cortada após os ataques, mas foi restabelecida minutos depois. As sirenes antiaéreas não foram acionadas antes do bombardeio, numa indicação de que o sistema de defesa de Bagdá foi avariado.

Um correspondente da TV árabe de notícias Al Jazeera (Qatar) afirmou que a emissora estatal iraquiana suspendeu as transmissões após o ataque da madrugada, mas ele não soube precisar se a interrupção ocorreu por causa das explosões. Imagens ao vivo do centro de Bagdá mostravam que altas colunas de fumaça continuavam a subir aos céus da cidade por volta das 8h45 locais (2h45 no Brasil).

A TV estatal iraquiana é fundamental para o regime. Pronunciamentos de Saddam (geralmente satanizando os aliados e exortando a resistência civil às últimas conseqüências), imagens de 'vitórias' militares (incluindo aeronaves inimigas abatidas, cadáveres de aliados e presos de guerra) e o ponto-de-vista governamental sobre o confronto são as grandes atrações da emissora. Há também videoclipes que mesclam músicas patrióticas com imagens do poderio militar iraquiano – uma forma de unir o povo contra o inimigo e em torno do regime.

Na cobertura ao vivo dos ataques desta madrugada, a TV americana CNN frisou muito que a emissora estatal divulgou nos últimos três dias imagens de sete americanos mantidos presos de guerra, além de cadáveres que seriam de soldados aliados abatidos em combate. A exibição foi classificada como "violação da Convenção de Genebra" e "crime de guerra" pelo governo americano.

Na manhã desta quarta-feira (hora local, madrugada no Brasil), os aliados também promoveram uma nova investida aérea contra Mosul (norte), cidade que foi atacada diversas vezes pela aviação anglo-americana nos últimos dias. Situada na margem direita do rio Tigre, diante das ruínas da antiga Nínive (alta Mesopotâmia), Mosul tem dois milhões de habitantes e fica em uma região de maioria curda.

No fim da noite de terça-feira (tarde no Brasil), um avião americano lançou bombas de quase 500 quilos teleguiadas por satélite contra alvos militares situados em prédios civis de Basra (sul). As bombas do tipo J-Dam, lançadas por um avião de combate F-18, caíram sobre um depósito de munições e um prédio que abrigaria combatentes iraquianos, segundo relato de comandantes britânicos citados pela Agência France Presse.

Com agências




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