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Genoino admite fazer concessões
11/12/2002 | 00:16
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Diante das fortes reações no próprio partido e entre aliados de centro-esquerda e a possibilidade de o novo governo ceder ao PMDB o Ministério dos Transportes, o presidente do PT, José Genoino (SP), justificou nesta terça-feira que será preciso fazer concessões em nome da governabilidade. Ele disse que não há nada decidido sobre a pasta dos Transportes, mas que o PMDB terá mesmo dois ministérios. Na difícil composição com os aliados e de olho na formação de uma maioria parlamentar, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fará outras concessões, como desistir da idéia de limitar a autonomia dos ministros na montagem do segundo escalão.

Surtiram efeito as reclamações dos partidos aliados quanto à forma desejada e anunciada por Lula: dar o ministério a um partido, a Secretaria-Geral a outro, e diluir os cargos de segundo e terceiro escalões. Seria uma forma imaginada por Lula de evitar que os partidos criassem 'feudos' nos Ministérios. Nesta terça, Genoino disse que essa fórmula não será usada. "Nenhum ministro será uma rainha da Inglaterra. O segundo e o terceiro escalões serão escolhidos de comum acordo entre o ministro e o governo, como um todo", assegurou.

Sobre o fato de Lula contemplar o PMDB com dois ministérios, o presidente do PT explicou: "Lula quer o PMDB no governo por inteiro e não apenas uma de suas facções, porque quer construir uma maioria que possa dar condições ao governo de fazer uma administração segura. Estamos propondo uma aliança com o PMDB e não uma barganha, um troca-troca ou a volta de velhas práticas no Congresso. Não estamos propondo o fisiologismo. O que queremos é evitar as negociações pontuais, como ocorreu no fim do governo de Fernando Henrique."

Mesmo entregando dois ministérios ao PMDB, o futuro governo não terá a maioria garantida para a aprovação de emendas constitucionais, que exigem 308 votos na Câmara e 49 no Senado.




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