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Ivan Valente e o novo desafio
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
08/08/2006 | 07:51
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O deputado federal Ivan Valente (Psol-São Caetano) diz que a crise política vivida por seu ex-partido é fruto do fato de o PT e Lula terem escolhido “governar para o capital financeiro”. Diz que o PT fez alianças “espúrias” e critica as propostas de reforma sindical e trabalhista do Governo Lula.

Eleito em 2002 com 110 mil votos e parlamentar em ascensão nos três primeiros anos deste mandato, de acordo com o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o deputado federal tenta agora a reeleição por um partido menor e debutante em eleições nacionais. Valente está em seu terceiro mandato.

O candidato desdenha de São Caetano ao comentar a importância da cidade para sua reeleição. “Tenho uma relação histórica com o ABC. Foi aí que comecei a carreira política, mas minha eleição não depende e nem nunca dependeu só de São Caetano. Tenho candidatura de perfil geral.” Ivan Valente lançou a campanha em São Paulo em festa que, segundo assessores, reuniu 800 pessoas. “Fizemos em São Paulo para facilitar o acesso das pessoas.”

Entre os R$ 70,9 milhões em emendas parlamentares apresentadas aos Orçamentos de 2004, 2005 e 2006 pelo deputado, apenas R$ 1,9 milhão (2,7%) foi destinado ao Grande ABC. “Defendo o orçamento global participativo, de modo que acabem as emendas. Mas sou uma voz isolada.” Ele alega ter um mandato de perfil “geral”, ou seja, sem ponto específico de contato com a região.

O deputado afirma que emendas dão margem para a corrupção, caso do escândalo da compra de ambulâncias por prefeituras que deu origem à CPI dos Sanguessugas. “Dentro do atual parâmetro, tentamos atender às áreas mais carentes dos municípios.”

O atual mandato do ex-petista foi marcado por projetos relacionados à Educação, como o que proíbe a entrada de capital estrangeiros nas universidades. Em 1998, também na Câmara, foi um dos proponentes do Plano Nacional de Educação. Ele ressalta ter sido o autor do projeto coletivo de criação da UFABC.

Viagens – Na atual legislatura, viajou nove vezes para o Exterior em missões oficiais, para acompanhar processos eleitorais na América Latina, em países como Uruguai e Venezuela, e as negociações da OMC e da Alca, à qual é radicalmente contrário.

Ivan Valente teve apenas cinco faltas, todas justificadas. Também justificou os R$ 416 mil gastos pelo gabinete até julho, dizendo que foram empregados em assessoramento para a elaboração de propostas. 



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