O comitê financeiro da campanha do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, gastou mais do que arrecadou até o momento. A prestação de contas parcial entregue ontem ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apresenta um déficit de R$ 566.689,80. O documento, apresentado às 11h36 ao Tribunal, mostra uma arrecadação de R$ 1.322.697,68, contra despesas no valor de R$ 1.889.387,48. Alckmin informou ao TSE que não contraiu despesa e nem teve receita na campanha. Os dois relatórios, do comitê financeiro e do político – assim como de todas as candidaturas às eleições de outubro – estarão disponíveis a partir de hoje no site do TSE.

O vereador de São Paulo José Anibal – um dos coordenadores da campanha de Alckmin e candidato a deputado federal – não se mostrou preocupado com o balanço parcial negativo. “Esses números são absolutamente normais, representam um fluxo de caixa. Na verdade, os compromissos assumidos e que ainda não foram pagos já estão contabilizados. O balanço mostra os recursos que já estão comprometidos”, explicou. “Os dados não me preocupam, já que nossa campanha é pé no chão. Só gastamos aquilo que a gente sabe que vai dar para pagar”.

Visando aumentar a arrecadação, o PSDB pretender criar um endereço na internet e um número de telefone – a exemplo do que fará o PT – para receber doações à campanha de Alckmin.

Conforme determina a legislação, estabelecida pela minirreforma eleitoral, os candidatos são obrigados a fazerem nova prestação de contas ao TSE no dia 6 de setembro.

Candidato zen – Domingo pela manhã, Alckmin fez corpo-a-corpo no bairro Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo. O tucano preferiu não rebater Lula, que no sábado disse, durante comício em São Mateus, também na Zona Leste, que buscaria mais votos nos Estados dos políticos que o ‘atacam‘. “Estou completamente zen. Meu lema é paz, amor e trabalho”, disse, durante a caminhada.

Mesmo assim, o ex-governador de São Paulo voltou a criticar a idéia de Lula, de criar uma Assembléia Nacional Constituinte para discutir a reforma política. “Duvido que alguém que teve quatro anos para fazer a reforma política possa vir a fazê-la ainda. Manter dois Congressos seria um desperdício de dinheiro e nós temos a necessidade de agir com mais precisão sobre esse assunto”. Depois de conversar com os jornalistas, Alckmin seguiu para uma quadra de malha, onde jogou com moradores da região.