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Público aceita agenda, mas exige opções
Sara Saar
Adriana Feder
24/01/2010 | 07:00
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O Grande ABC oferece uma produção cultural atrativa, mas não atende toda a demanda da população. É assim que pensam moradores da região, que preferem São Paulo aos fins de semana, em busca de opções variadas de lazer. Uma das principais queixas é a falta de um espaço que exiba filmes alternativos.

"De maneira geral, a qualidade (das peças e dos shows) é boa. Mas a região sofre de escassez", avalia a professora Ana Claudia Genga, 39 anos, de São Caetano. Um espetáculo que gostaria de ter visto aqui e conferiu na Capital é o drama As Pontes de Madison, protagonizado por Marcos Caruso e Denise Del Vecchio.

Espetáculos, geralmente, vêm para exibição em um único fim de semana. A quase inexistência de temporada também dificulta. "Aqui não tem um circuito de arte. São apresentações únicas. Teatro é uma loucura, porque a peça vem esporadicamente e você é obrigado a assistir naquela data. Senão, já perde e precisa ir a São Paulo", aponta a bancária Olivia Lourenço, 46, de São Bernardo.

Ela também diz sentir falta de um centro de exposições no ABC. Em São Paulo, viu no Masp a exposição de Rodin e Charles Darwin, e a do Pequeno Príncipe na OCA. "Aqui não tem nem de longe espaços como esses", lamenta.

Filmes de arte não passam por aqui. "Frequento o Cine Belas Artes e o Cine Bombril. Lá, vejo filmes produzidos na Europa, na América Central. Aqui, são exibidos os americanos, na maioria", constata o enfermeiro Anderson de Jesus Santos, 30, de Santo André.

Essa opinião é compartilhada pela socióloga e professora de italiano Mirna Fátima Romani, 68, de São Bernardo, que frequenta também o CineSesc e o Reserva Cultural. "Esses filmes têm assuntos mais profundos. Você pensa um pouco mais", declara.

Já o fotógrafo Eduardo Guimarães, 31, de Santo André, gostaria de conferir turnês, mas tem consciência da falta de espaços para os shows na região. Ele se recorda que o Aramaçan chegou a receber grandes shows, inclusive Ramones e Deep Purple, mas avalia que o local não é apropriado. "Quem vai a uma casa de shows 'de verdade' na Capital não tem dúvidas. Se é para pagar, que seja pelo melhor", afirma.

Outro espaço na região é o Victoria Hall, que fica em São Caetano. Segundo Guimarães, a casa tem uma infraestrutura ruim. "A visibilidade de quem está na pista é boa, mas as condições do áudio e da própria casa assustam", diz.

Uma alternativa lembrada é o Espaço Lux, em São Bernardo, que conta com a facilidade de estar próximo à Anchieta. O problema apontado é o tamanho da casa, que não comporta bandas com grande número de fãs.

Segundo o fotógrafo, o que resta ao público da região são shows em praças públicas, que deixam a desejar em relação à qualidade. "A 'sorte' é ter uma unidade grande do Sesc que traz importantes nomes da música nacional e diferentes estilos ", afirma.




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