A maior aranha do mundo conhecida pelos cientistas é a aranha-golias-comedora-de-pássaro (Theraphosa blondi), encontrada na Floresta Amazônica. Mede cerca de 26 cm de comprimento, quase o mesmo tamanho da régua usada na escola.

O corpo é coberto por pelinhos escuros. Tem veneno que não mata o homem. Entretanto, a picada provoca muita dor, pois as quelíceras (presas usadas para picar) são bem grandes. Além disso, quando se sente ameaçada coça a região do abdômen, liberando pelos que causam forte alergia nas pessoas.

Apesar de conseguir, não costuma fazer teias. Prefere morar em buracos, em geral, perto de raízes de árvores. Alimenta-se de insetos e animais maiores, como pássaros - por isso, ganhou o nome -, pequenos roedores, lagartos, sapos e cobras.

ARTRÓPODE - A aranha é um artrópode. Tem oito pernas articuladas e exoesqueleto (esqueleto do lado de fora do corpo), que funciona como tipo de armadura. É um dos grupos de animais mais populosos; existem mais de 40 mil espécies. Não tem asas nem antenas e possui corpo dividido em duas partes principais (cefalotórax e abdômen). A maioria tem pelo que serve para proteger o corpo, sentir sabor e cheiro e capturar sons.

Qual é a mais perigosa?

Todas as aranhas têm veneno, mas só algumas fazem mal ao homem. As espécies brasileiras mais perigosas são:

Aranha-marrom - Mede até 3 cm. Esconde-se em roupas e sapatos e só pica quando pressionada. O veneno é forte, mas a picada não dói. Com o passar do tempo o local fica vermelho, duro e dolorido. Se a vítima não for medicada pode passar muito mal e até morrer. É mais comum nas regiões Sul e Sudeste.

Armadeira - Tem entre 5 e 7 cm de corpo e 12 cm só de patas. Vive em árvores e terrenos abandonados, onde esconde-se em fendas e lixo acumulado. O local em que pica dói muito e fica inchado. Pode causar febre, vômito e alteração no batimento cardíaco. É encontrada em todo o País.

Quem for picado por aranha venenosa deve lavar o local e ir imediatamente ao hospital para tomar soro antipeçonhento, se necessário.

Teia é muito resistente

A teia de aranha parece frágil, mas é muito forte e flexível. É construída com a fiandeira, parte do corpo do bicho localizada no fim do abdômen. Lá existem vários tubinhos de onde sai uma substância líquida. Em contato com o ar, endurece, transformando-se em fio de seda.

Algumas espécies produzem até seis tipos diferentes de teia. Cada um tem finalidade específica; o bem grudento, por exemplo, serve para caçar insetos, outro é usado para a aranha andar sem ficar presa. Além disso, a teia é resistente à chuva e ao frio intenso.

O cientista Elíbio Rech Filho, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), descobriu em 2002 que o fio é tão resistente quanto o aço. Por isso, pode ser usado na fabricação de diversos produtos, como colete à prova de balas e para-choques de carros. A vantagem é que seriam bem resistentes e mais leves.

Como o animal produz pouca quantidade de teia, os pesquisadores decidiram desenvolver os fios em laboratório. Para a pesquisa, foram coletadas aranhas na Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado. A produção artificial no Brasil ainda é pequena.

Onde ver

Quem quiser ver aranhas de pertinho pode visitar o Museu Biológico do Instituto Butantan, em São Paulo. Há quatro espécies no local: caranguejeira, aranha-marrom, armadeira e aranha-de-jardim.

Além dos aracnídeos, tem exposição de serpentes, iguanas, sapos e escorpiões. Os visitantes podem participar de atividades e oficinas, como contação de histórias e experimentos com instrumentos musicais e serpentes vivas. Toda quinta-feira, das 14h30 às 15h30, as pessoas podem segurar cobras da fauna brasileira no Serpentário.

ONDE - Instituto Butantan (Avenida Dr. Vital Brasil, 1.500, tel.: 3726-7222), São Paulo. De terça a domingo, das 9h às 16h30. Ingresso: R$ 2,50 a R$ 6. Grátis para quem tem até 7 anos.

Alawara Piccagli, 10 anos, de Santo André, ficou curiosa quando viu a foto de uma aranha em um livro. "Ela não tinha pelos e era bem pequena", conta. Se a minúscula já assusta, imagine a grande. Por isso, a menina quis saber quanto mede a maior do mundo. "Acho que é do tamanho de duas mãos juntas", afirma. Apesar do interesse, Alawara tem medo de ser picada por aranhas. "Deve doer bastante."

Consultoria do biólogo Samuel Guizze, do Laboratório de Artrópodes do Instituto Butantan