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Sanguessugas: deputado sugere envolvimento de ex-assessor
Por Da Agência Câmara
07/12/2006 | 14:21
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O deputado Ildeu Araujo (PP-SP) negou nesta quinta-feira, durante depoimento no Conselho de Ética da Câmara, envolvimento com a 'máfia das ambulâncias' – esquema investigado pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas.

Ildeu disse ter recebido denúncia de que um ex-assessor de seu gabinete, Marco Antônio Amorim de Carvalho, usou seu nome para sugerir a participação de uma empresa em licitação de ambulância para o Hospital Humanitária de Limeira (SP). Segundo o deputado, Carvalho também tentou forçar a compra de uma ambulância para transporte de paciente sob a responsabilidade da Prefeitura de Mira Estrela.

Ildeu afirmou que mandou exonerar o funcionário, o que foi concretizado em 4 de fevereiro de 2005, "um ano antes de se ouvir falar em sanguessugas", ressaltou.

Contato – O deputado disse que Carvalho o procurou logo que assumiu o mandato de deputado, em 2003, para pedir uma vaga como secretário parlamentar no gabinete. O funcionário teria explicado que o deputado com quem trabalhava não tinha sido reeleito, e como estava perto de se aposentar, gostaria de permanecer na Câmara. Funcionário requisitado à Caixa Econômica Federal; Carvalho aceitou receber um salário de R$ 300 na época. Ildeu explicou que, como Carvalho era especializado na área de orçamento e emendas parlamentares - e não havia ninguém com tal perfil em sua equipe -, resolveu contratá-lo.

Segundo o deputado, na época da elaboração das emendas ao Orçamento, ele percebeu que o assessor havia trocado duas entidades selecionadas inicialmente para serem beneficiadas. Carvalho teria dito que o computador as rejeitou, e, como o prazo estava se esgotando, decidiu por conta própria incluir a Associação Belém e a Santa Casa de Dois Córregos para serem contempladas.

O dono da Planam e líder do esquema da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin, disse na CPMI que seu sócio Ronildo Medeiros havia realizado depósito de R$ 19.200 como pagamento de comissão ao deputado Ildeu, na conta do assessor parlamentar Marco Antônio de Araújo no segundo semestre de 2005. O montante, segundo Vedoin, era equivalente a 12% sobre o valor da licitação de Dois Córregos.

Confusão – Ildeu disse acreditar que Vedoin talvez tenha confundido Marco Antônio Araújo com Amorim de Carvalho. O primeiro é responsável pelo escritório do deputado em Americana (SP). Segundo o parlamentar, Araújo autorizou a quebra de seu sigilo bancário e liberou os extratos de sua conta corrente no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2005. "Se me provarem que existe algum depósito em nome de Marco Antonio Araújo na minha conta ou de qualquer familiar, eu renuncio ao mandato agora", disse o deputado.

Após ter seu nome envolvido no escândalo, o deputado disse ter descoberto, por meio de cópia de ofícios e fax arquivados por um funcionário do gabinete, que Carvalho havia enviado cópias das senhas (que são utilizadas para definição das instituições a serem beneficiadas com recursos das emendas) para uma pessoa identificada apenas como Marcelo/Penha. Ildeu solicitou, então, a abertura de inquérito policial para apurar a conduta de Carvalho.




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