Cultura & Lazer Titulo
Municipal de Sto.André dará adeus a goteiras e infiltrações
Por Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
29/06/2006 | 08:30
Compartilhar notícia


As águas não devem mais rolar nos bastidores do Teatro Municipal de Santo André. O complexo arquitetônico que abriga o prédio do teatro, do auditório e do Salão de Exposições será impermeabilizado para eliminar a infiltração pluvial que ameaçava danificar permanentemente sua infra-estrutura. A empresa Isoterma, especializada em obras como esta, começa o trabalho dia 7 de julho, um dia após o evento que inaugura a recuperação do chamado complexo cultural de Santo André.

No dia 6, às 20h, para marcar oficialmente o início da reforma, a Orquestra Sinfônica Municipal, a Cisne Negro Cia. de Dança e o Coral Ekos ocuparão os três palcos do Municipal para um programa único, com entrada franca.

As obras têm previsão de quatro meses de duração e foram orçadas em R$ 1,2 milhão, valor patrocinado pela Petrobras e PqU e com apoio da Novelis, graças a incentivo cultural obtido via Lei Rouanet do MinC (Ministério da Cultura). O desenvolvimento do projeto de recuperação é tarefa da empresa de produção Nery Cultural, que apresentou a proposta ao MinC após atender edital da Prefeitura.

O Teatro foi inaugurado em abril de 1971. Goteiras e alagamentos ameaçavam o complexo, que está em fase de tombamento pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André). Os camarins estavam inutilizados devido ao acúmulo de água.

O sistema de impermeabilização aplicado na laje e na parte externa do complexo terá uma manta de poliéster. Além disso, outros materiais formarão uma camada externa impermeabilizante de até 8mm de espessura. Tudo dentro da regulamentação da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A Isoterma tem 48 anos de experiência em obras com esta especialização, tanto no Brasil como no exterior. O Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada em Brasília, e usinas da Cesp no Estado de São Paulo, por exemplo, foram impermeabilizados pela empresa.

“Obras modernas, como de Oscar Niemeyer e Rino Levi (autor do projeto arquitetônico do Municipal de Santo André), quando não executadas propriamente, resultam em infiltração. Como são obras geralmente contratadas pelo poder público, são feitas por licitação. E são os orçamentos mais baratos que vencem, o que não significa exatamente boa execução do serviço”, afirma Og Pozzoli, diretor presidente da Isoterma.

As obras devem durar quatro meses até novembro, “mas construção é uma caixa de surpresas”, ressalta o diretor da Isoterma. “Na Argélia, por exemplo, a temperatura vai de 50°C durante o dia a -10°C, à noite. Há formação de neve, que é pior do que água, pois expande dentro do cimento. Aqui, o maior problema é a chuva ácida, graças aos poluentes, que ataca violentamente as ferragens”, explica.

As reformas não devem interromper a programação no Municipal. “Quando necessário, fecharemos, mas manteremos uma coexistência pacífica”, conclui Pozzoli.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;