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No carreto, Pinheirinho tenta retorno à Câmara

Líder comunitário, ex-vereador andreense hoje faz bico com Kombi e prepara candidatura

Por Raphael Rocha
11/07/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Há dois anos e meio, Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho (PEN), era vereador de Santo André, com atuação polêmica no plenário, causando dores de cabeça a colegas e ao Executivo. Hoje, o líder comunitário, morador do Segundo Subdistrito, faz carreto para manter renda mensal, mas prepara candidatura para entrar novamente na disputa eleitoral e tentar retornar à Câmara. Desde que deixou a Casa, ele, 50 anos, utiliza sua Kombi para transporte de mercadorias, uma espécie de ‘bico’ para obter os rendimentos. “Atualmente, faço entregas, principalmente, de compras.”

Pinheirinho foi eleito pela primeira vez no pleito de 2008, alcançando 2.675 votos, só que não conseguiu renovar o mandato em 2012. Então pelo DEM, o parlamentar conseguiu 1.547 sufrágios, insuficientes para garantir a cadeira. Ele alegou pressão política e falta de apoio depois de assinar a CPI do Semasa, instaurada para investigar extorsão e venda de licença ambiental, que envolvia o presidente da sigla no município na ocasião e assessor de gabinete, Antônio Feijó, e o ex-prefeito Aidan Ravin (PSB) – a legenda ficou no arco de alianças do socialista. “Fui perseguido politicamente, sinalizaram expulsão se eu não retirasse meu nome. Teve desgaste. Mantive, mas não tinha recursos (para a campanha), saí candidato faltando oito dias (para a eleição), aos 42 minutos do segundo tempo.”

No ano passado, Pinheirinho chegou a registrar candidatura a deputado federal pelo PEN. Por outro lado, o pleito não seguiu até o fim. Problemas de saúde, segundo ele, o obrigaram a interromper a empreitada. “Estava com um hérnia, fiquei bem ruim, complicou continuar na trajetória. Agora, estou melhor”. Pouco antes do começo do período de campanha, o ex-vereador deu baixa e retirou seu nome da concorrência por vaga no Congresso Nacional. No site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aparece que o líder comunitário ficou inapto a receber votos nas urnas, indicando renúncia.

Folclórico, Pinheirinho movimentava os bastidores na legislatura passada. Comprou pizza e distribuiu na Casa quando o relatório da CPI elaborado por seu correligionário não apresentava denúncias aos acusados. Outra situação inóspita se deu ao promover greve para reivindicar pautas. Na oportunidade, ele ficou sem cortar o cabelo, fazer a barba e colocar dentadura. Ficou um mês, até obter compromisso do governo.

Para o ano que vem, o ex-vereador diz que foi sondado, com surpresa, para ser candidato ao Paço por partidos de menor expressão – não revelou a sigla que fez o convite –, entretanto, refutou. “Sei que não estou com essa bola toda. Até por conta de dinheiro. Vou me manter na luta para ser vereador. Quero implantar, por exemplo, controle de ponto na Câmara (a parlamentares e funcionários)”, disse, sem descartar sair do PEN. “Retiro meu nome se o partido apoiar o Aidan ou o PT. Sou candidato caso haja projeto próprio ou a adesão seja a outros candidatos a prefeito.”




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