A Bolívia aceitará a construção de duas hidroelétricas do Brasil na selva amazônica fronteiriça se o governo do presidente Lula Inácio Lula da Silva garantir que não haverá dano ambiental na região. O anúncio será feito numa reunião bilateral que será realizada na próxima quarta-feira no Rio de Janeiro.

O ministro de Serviços e Obras Públicas da Bolívia, Jerjes Justiniano, ratificou as observações prévias do governo boliviano com relação às hidroelétricas de Jirau e San Antonio, sobre o Rio Madeira.

A autoridade espera que o governo brasileiro explique tecnicamente que as duas usinas, as quais estariam incluídas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento, não causarão danos ambientais.

O chanceler boliviano David Choquehuanca disse que as duas hidroelétricas (uma em Jirau, de 3,4 mil megawattz, e a outra em San Antonio, de 3.150 megawattz) podem causar a "extinção de algumas espécies" na fauna e na flora. A informação foi negada pelo governo brasileiro.

O ministro brasileiro de Energia, Silas Rondeau, descartou na segunda-feira a necessidade de "um acordo com a Bolívia" para poder construir as duas usinas. “Ambas estão em território nacional e não terão nenhuma influência na área boliviana", justificou.