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Apenas alimentos têm queda nos preços
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
04/07/2010 | 07:00
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Alguns indicadores de inflação apresentados em junho e neste mês deflacionaram. Porém, os resultados não indicam tendência de redução nos custos gerais para as famílias nos próximos meses, já que os itens que não sofrem alterações sazonais continuam com os preços altos. Os donos das maiores contribuições para as quedas dos índices são os alimentos, que têm maior peso na hora de calcular a inflação.

O economista do Ibre-FGV André Braz diz que os alimentos puxaram os indicadores, mas os núcleos continuam subindo. "Dentro da queda do IPC-S da terceira quadrissemana de junho de 0,19%, o núcleo subiu 0,36%", disse. Sua afirmação indica que todos os preços que não sofrem efeitos temporários estão em processo em elevação.

Nesta semana, a pressão para baixo desses produtos continuou. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), apurado pelo Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), deflacionou 0,21%. O mesmo indicador, porém no recorte de São Paulo, recuou 0,48%.

E a força do grupo alimentício no indicador nacional semanal é nítida. Ele caiu 1,32% e apresentou decréscimo acompanhado apenas de mais um grupo, entre sete.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) caiu 0,18% em junho, com decréscimo de 1,36% nos produtos alimetícios. No mês anterior, houve alta de 0,49%, e atestando a força do grupo, as comidas tinham inflacionado 0,56%.

Não diferente dos demais, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) da terceira quadrissemana de junho deflacionou 0,08%. E o decréscimo mais pesado está no grupo alimentação, com recuo de 1,21%.

QUEDA - Braz ressalta que as quedas nas comidas acontecem pelo efeito de acomodação dos preços. Produtos in natura, que são facilmente prejudicados em mudanças climáticas bruscas, subiram no primeiro trimestre, por queda na oferta, e vêm caindo, constantemente, desde meados de abril. E isso não acontece com outros segmentos de produtos e serviços.

O açúcar e o feijão, que também inflacionaram neste ano, começam a cair. "Estes produtos alimentícios têm grande peso nos índices", afirma Braz.

Ele acrescenta, entretanto, que a valorização do salário-mínimo está contribuindo para que os valores do núcleo subam. Isso porque quem foi beneficiado com o reajuste elevou seu poder de compra. "A demanda aumentou e, muitas vezes, resulta em escassez de itens, proporcionando encarecimento", avalia Braz.

A economista do Santander Tatiana Pinheiro diz que, "de agosto até o fim do ano, nossa previsão é de que a pressão seja maior", ou seja os preços continuem subindo.




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