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Diadema pode amanhecer sem ônibus
Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
03/12/2008 | 07:00
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Depois da paralisação por seis horas na tarde de terça-feira, os usuários da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) também correm o risco de ficar sem ônibus nesta quinta-feira. Isto porque a empresa não efetuou pagamento do dissídio, prometido para o último dia 30.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a Prefeitura de Diadema não depositou a quantia integral para empresa, que não pode pagar os funcionários. "A Prefeitura depositou R$ 150 mil, quando o total necessário era de R$ 250 mil. Por isso, a empresa pagou apenas o 13º salário e ignorou o dissídio", explica o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Ademir José da Silva.

O acordo firmado entre a ETCD e o Sindicato dos Rodoviários prevê o pagamento de vencimentos retroativos aos trabalhadores, que seriam acertados em seis parcelas, a partir de 30 de novembro.

INCERTEZAS  - O impasse e as informações desencontradas resultaram na paralisação durante a tarde de ontem. Às 14h, funcionários da ETCD suspenderam atividades e recolheram os veículos.

A atitude dos trabalhadores, que não sabiam porque não haviam recebido, gerou tumulto no Terminal da região central de Diadema. Dois funcionários da empresa chegaram a ser detidos pela polícia, que alegou desacato.

"Ninguém explicou porque não recebemos. Tentamos contato com a diretoria da empresa, que sequer nos atendeu. Por isso, resolvemos parar", conta o cobrador e coordenador da comissão de garagem Marcos Vinicius Sebrian.

Cerca de 150 funcionários da ETCD ficaram do lado de fora do terminal aguardando um parecer da empresa. "Chamaram a GCM (Guarda Civil Municipal) e a PM (Polícia Militar). Teve quebra-quebra e correria, nada disso precisava ter acontecido, só estávamos exigindo nossos direitos", comenta o motorista Ariel Araújo.

Com a paralisação dos ônibus da ETCD, apenas a Viação Imigrantes e a Metra operaram no terminal, o que gerou longas esperas para os passageiros. O trânsito do entorno ficou prejudicado, pois os ônibus foram estacionados nas vias locais. Por isso, o Departamento de Trânsito precisou intervir no local. O Diário tentou contato com Divaldo Freire, diretor de tráfego da ETCD, que estava no local, porém, não teve sucesso. "Eu não sou o Divaldo", afirmou o diretor repetidas vezes antes de assumir que não falaria.

DECISÃO - Depois da confusão, a empresa recebeu cerca de 120 trabalhadores para uma assembléia no começo da noite. "Demos mais um voto de confiança e ficou decidido que o pagamento do dissídio será feito até amanhã (4). Caso isso não aconteça, a categoria entra em greve por tempo indeterminado", explicou Ademir. Os funcionários retomaram as atividades por voltas das 19h.

A Prefeitura informou, por meio de nota, que desde outubro está cumprindo o acordo firmado com o sindicato da categoria, e que a parcela de novembro referente ao valor retroativo será pago até amanhã.




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