Vice-prefeita eleita de Ribeirão Pires, Leo da Apraespi (PSC) cobra mais espaço na administração de Saulo Benevides (PMDB), que começará em 1º de janeiro.

O grupo ligado ao PSC tem reclamado da pouca abertura dada pelo próximo chefe do Executivo e seus homens de confiança. O futuro secretário de Governo e articulador da próxima gestão, vereador Koiti Takaki (sem partido), é o principal alvo das críticas - ele e Leo não possuem bom relacionamento.

Segundo fontes ouvidas pelo Diário, o poder de Koiti incomoda os aliados mais chegados à socialista-cristã. O parlamentar comanda a transição e o processo de escolha dos secretários. "Não tenho muito relacionamento com ele (Koiti). Precisaremos aprender a conviver", admite a futura vice.

Leo nega que haja racha no grupo, mas admite insatisfação por parte de alguns líderes partidários. "Existe descontentamento. Há um número de partidos aliados e, conforme o Saulo vai montando seu secretariado, as polêmicas vão sendo criadas, pois as pessoas não se sentem valorizadas."

O prefeito eleito adota tom ácido contra os descontentes. "Não dá para se preocupar com picuinhas agora. Se tiver alguém chateado, preciso dizer que não é o momento ideal, pois precisamos pensar em governar bem a cidade."

A próxima vice-prefeita reafirma que está por fora da formação do primeiro escalão e não tem sido chamada para debater nomes do secretariado. As tratativas ocorrem entre Saulo e Koiti.

Porém, a socialista-cristã desconversa sobre eventual desconforto e diz estar focada no trabalho a ser desenvolvido na Secretaria de Educação, que ficará sob seu comando. "Não tenho participado das discussões. Estou debruçada em entender o funcionamento da minha secretaria", considera.

O acordo pela Educação foi firmado no período eleitoral - a expectativa é a de que o PSC fique também com a Secretaria de Infraestrutura.

Lair da Apraespi, ex-vice de Saulo e irmã de Leo, deve ficar fora do governo. A falta de espaço é resquício da eleição, quando Lair ainda era candidata a vice e foi na inauguração de UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas), o que fere a legislação e abre brecha para cassação do registro da chapa.