Setecidades Titulo Fornecimento
Linha de transmissão
de energia diminuirá
risco de apagões

Empreendimento de 345 mil volts, previsto para ser construído
até 2014, irá duplicar a capacidade de fornecimento na região

Fábio Munhoz
04/11/2012 | 07:00
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A Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) irá construir até 2014 linha de transmissão de 345 mil volts que duplicará a capacidade de fornecimento no Grande ABC. O empreendimento terá extensão de 17,4 quilômetros e ligará as subestações Sul, em Santo André, e Baixada Santista, em São Bernardo. O investimento previsto é de cerca de R$ 16 milhões.

O objetivo da obra é evitar sobrecarga nas linhas de transmissão já existentes, diminuindo as possibilidades de perturbações que implicam no fornecimento de energia à AES Eletropaulo, concessionária que distribui a eletricidade aos consumidores finais na região. Nas subestações, a energia é transformada, passando de 345 mil para 88 mil volts.

“Hoje, só há duas linhas que alimentam as subestações do Grande ABC. Se der problema em um circuito, ficaremos com apenas um, aumentando os riscos de interrupção”, explica Caetano Cesário Neto, gerente do Departamento de Engenharia da Cteep. “Depois de pronto, caso uma apresente falhas, ainda teremos outras três”, acrescenta. A nova linha será paralela a uma já existente, operada pela AES Eletropaulo.

Para exemplificar, Cesário Neto compara a linha de transmissão a uma rodovia. “Se tiver uma estrada com apenas duas faixas e uma for interditada, a lentidão será grande. Com três pistas, os transtornos já são bem menores.”

O Rima (Relatório de Impacto Ambiental) da obra, elaborado pela empresa JGP, informa que, neste ano, a sobrecarga na linha já existente é de 35%. A obra consta como prioridade no GT (Grupo de Trabalho) Copa, do Ministério das Minas e Energia. Em 2014, São Bernardo e São Caetano podem ser escolhidas como subsedes para o mundial de seleções da Fifa.

A necessidade do empreendimento também é apontada no Plano Decenal de Energia para o período entre 2011 a 2020. O projeto para a construção já está pronto há quatro anos.

Durante as obras deverão ser gerados cerca de 500 empregos diretos e indiretos, sendo 90% de mão de obra especializada. A expectativa da Cteep é de que a Licença Ambiental de Instalação seja emitida pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) no mês que vem, o que possibilita o início imediato dos trabalhos.

A resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que autoriza o empreendimento foi emitida em 2008.

Companhia desmatará 6 campos de futebol

A construção da linha de transmissão de energia ligando as subestações de Santo André e São Bernardo demandará o desmatamento de área equivalente a pouco mais de seis campos de futebol. Serão implementadas 53 torres, cada uma com distância média de 330 metros entre si. O sistema irá atravessar áreas de preservação de mananciais, como o Parque Natural do Pedroso e o Parque Estadual da Serra do Mar, além das rodovias Índio Tibiriçá e Rodoanel e de braços da Represa Billings.

Nas áreas onde a vegetação é mais densa, as torres serão mais altas, podendo chegar a 100 metros. Para evitar a abertura de picadas na mata, os cabos condutores serão lançados por meio de helicópteros.

Segundo a Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), a localização do sistema fará com que a supressão da vegetação seja menor. A linha será paralela com uma da AES Eletropaulo, o que permite a utilização de caminhos já abertos para a primeira obra.

As praças de trabalho, pontos onde serão instaladas as torres, terão área que varia entre 500 e 900 metros quadrados. Os locais exatos ainda não foram definidos.

Com 17,4 quilômetros de extensão, a linha é considerada pequena pela Cteep. O maior circuito feito pela companhia tem 2.450 quilômetros e liga Porto Velho, em Rondônia, a Araraquara, no interior de São Paulo.

Além dos impactos à vegetação, o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) também aponta riscos de afugentamento da fauna e alteração nos habitats naturais dos animais.

 




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